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General Motors vai apostar na mobilidade elétrica, mas Mary Barra avisa que vão perder dinheiro durante 10 anos

By on 7 Fevereiro, 2019

É o primeiro CEO de uma marca a admitir que terá de abraçar a mobilidade elétrica, mas que os veículos elétricos não serão lucrativos. Pelo menos nos primeiros tempos.

Foi durante a apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2018 que, de acordo com a CNBC, Mary Barra revelou que a General Motors (GM) vai abraçar a mobilidade elétrica, mas que os veículos elétricos não vão ser rentáveis nos próximos 10 anos.

Barra não revelou detalhes, mas num relatório entregue à SEC (Securities and Exchange Comission), a CMVM dos EUA, a GM acredita que a indústria automóvel irá continuar a “experimentar mudanças significativas nos próximos anos” pelo que será muito importante “em termos estratégicos, tornarmo-nos líderes no compromisso com os veículos elétricos”, mas também, “na comercialização de veículos autónomos num ambiente de partilha.”

Esta decisão estratégica não será barata, pois a General Motors desenhará e desenvolverá novas tecnologias, produtos e serviços, algo que “será complexo, oneroso e incerto, pois é um processo que exige um fortíssimo investimento e capital.” Além da necessidade significativa de fundos, a GM aponta o facto de ninguém conseguir “garantir a 100% que o dinheiro gasto no desenvolvimento dessas tecnologias, permita que elas sejam utilizáveis ou que cheguem na altura certa ao consumidor.” Ou seja, a GM não sabe se todo o investimento feito será rentabilizado alguma vez.

Mas fica claro que esta situação é um bocadinho uma “pescadinha de rabo na boca”, ou seja, se a GM não fazer estes investimentos e não abraçar a mobilidade elétrica, “as vendas e a sustentabilidade da General Motors a longo prazo podem ser afetadas.”

“O nosso lucro está dependente do sucesso dos SUV e das pick-up ‘full size’ (as pickup gigantes dos EUA, ndr)” afirma a GM, deixando claro que era este o caminho que o gigante americano desejava seguir. Porém, a tendência atual é outra, globalmente, e por isso a General Motors tem de acolher a mobilidade elétrica. Porque cedo ou tarde, os SUV e as pick up não vão chegar para manter um ritmo de rentabilidade suficiente. Mas para isso, sublinhou Mary Barra, a GM vai perder dinheiro durante uma dezena de anos.

A General Motors acredita que a sua estratégia sobre a mobilidade elétrica está dependente da sua capacidade de reduzir os custos de produção dos veículos elétricos. Mas mesmo que a empresa seja capaz de reduzir esses custos de forma sensível e alcance os números que deseja, Mary Barra deixa claro que tudo estará nas mãos do consumidor e da sua apetência pelo carro elétrico. E isso, sem sombra de dúvida, é algo que ninguém sabe, ainda, por muitos estudos e boa vontade que muitos construtores demonstrem. Para Mary Barra, a CEO da GM, os consumidores vão fazer a mudança se tiverem a certeza que a qualidade, a performance e os custos, serão iguais ao que se passa hoje com os motores de combustão interna. E num estudo feito nos EUA, a preocupação maior continua a ser a autonomia, o acesso a estações de carregamento e o tempo que se perde a recarregar um veículo elétrico. E, claramente, estas são questões para as quais ainda não há soluções e elas não estão, ali, ao virar da esquina.

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