Sabe como se chamava o primeiro Volvo?
World of Volvo: Centro de experiências inédito em Gotemburgo

Com a Volvo, não vai pagar uma subscrição para ter bancos aquecidos. O truque é outro

By on 5 Fevereiro, 2024

Muito se tem falado dos software-defined cars ou, traduzido à letra, carros definidos pelo Software. Falamos recentemente de como as marcas olham para isto como uma oportunidade de ganhar (muito) dinheiro, com a subscrição de serviços nos automóveis. Mas a Volvo olha para esta questão de forma diferente.

O CEO da Volvo, Jim Rowan, tem uma opinião diferente sobre a forma como o software vai influenciar a experiência dos condutores e como isso pode trazer vantagens para quem usar os veículos e para as marcas. Rowan não olha para as subrscrições como um caminho que a Volvo queiram seguir, como explicou ao Automotive News Euorpe:

“Do meu ponto de vista, não queremos cobrar pelos bancos aquecidos [referindo-se às notícias que davam conta da possibilidade da Tesla cobrar uma subscrição para ter bancos aquecidos]. Não é esse o nosso objetivo enquanto empresa. Para nós, os serviços significativos serão oferecidos ao cliente através da aplicação do dispositivo iPhone ou Android que se liga ao automóvel. A partir daí, a aplicação Volvo torna-se uma parte alargada da sua interação com o automóvel quando está no automóvel e, provavelmente mais importante, quando está fora do automóvel”.

Informação é poder e é com base na informação recolhida que a Volvo pretende fazer a diferença:

“O fluxo de receitas para nós é diferente. Penso que podemos oferecer seguros porque conhecemos os automóveis e sabemos como os condutores os usam. Vemos a velocidade a vemos a distância a que se está do carro da frente, vemos a frequência com que se para nos sinais de stop em vez de apenas abrandar. Se quiser o nosso seguro e nos der acesso aos seus dados de condução, podemos classificá-lo e dizer: ‘ Esta pessoa tem uma pontuação de 87% em 100’ . Esta pontuação determinará o seu custo. Uma pessoa que tenha a pontuação de 47% pagaria mais, por exemplo. Também é dinâmico. Desde que continue a conduzir com segurança, tem uma boa taxa. Se começar a ser irregular, não terá uma boa taxa. Isto permite que os jovens que conduzem bem obtenham seguros baratos. Atualmente, o seguro baseia-se no número de anos de condução, sendo a taxa fortemente afetada se o condutor tiver tido acidentes. Eu preferia basear esta taxa em dados reais. Portanto, o seguro é uma coisa.

Outro serviço poderia ser a mudança de pneus. É difícil fazê-lo, mas podemos ligar um cliente através da aplicação e agendar a mudança, ou mesmo enviar alguém para o fazer. Também poderíamos perguntar às pessoas se gostariam de alugar uma caixa de esqui? Perguntaríamos isso depois de reparar que as pessoas conduzem até ao norte da Suécia quatro vezes no inverno. Poderíamos deslocar-nos ao local e montar essa caixa para o cliente. Estes são os serviços que, na minha opinião, são significativos para o cliente e acrescentam valor”.

A Volvo pretende oferecer serviços que oferecem valor acrescentado ao que os carros já têm. Em vez de retirar especificações que já estão instaladas, para cobrar aos clientes, quer oferecer outro conjunto de serviços que complementam o que já foi adquirido no carro. Para isso, terá de ceder algo que cada vez mais é valioso. A sua informação.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)