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Clássicos, Panhard Dyna: Espelho do Pós-Guerra

By on 7 Outubro, 2023

Mergulhada numa crise económica após a segunda guerra mundial, a França era incapaz de manter o estatuto das grandes realizações automobilísticas do passado. Exemplo claro disso é a Panhard, companhia gaulesa conhecida nos anos 30 pela construção de dispendiosas berlinas equipadas com motores de e oito cilindros, que no Pós-Guerra adquiriu a licença para construir o pequeno Dyna X. O modelo foi desenhado pelo engenheiro Jean Albert Grégoire e surgiu ao grande público como AFG (Aluminium Français Gregoire) Dyna no Salão Automóvel de Paris de 1946. A produção era realizada na fábrica Panhard de Ivry e estabeleceu o padrão para a construção dos Panhard até ao fim da produção automóvel na empresa em 1967.

O Dyna X, também conhecido como Dyna 110, 120 e 130 (os números indicavam o progresso na velocidade máxima do modelo), era construído em alumínio – um desenvolvimento industrial considerado estratégico pelos franceses – e tinha um motor de dois cilindros montado na frente com 610 c.c.

Gregoire era um especialista em construção de carroçarias leves e tração dianteira, pelo que o Dyna tinha tudo isso. O chassis era tubular tendo agarrado a si a superstrutura da carroçaria em alumínio. O estilo era moderno e aerodinâmico e graças ao facto do motor ser arrefecido a ar, permitiu fazer uma frente fechada com os faróis entre as cavas das rodas e o capot-motor.

Existiam versões de quatro portas, três portas carrinha e duas portas cabriolet. O motor era, como já referimos, um dois cilindros de arquitetura “boxer”, ou seja, horizontais opostos e uma cilindrada de 610 c.c. que não permitia mais que 24 cv às 4 000 rpm. Foi conhecendo incrementos de potência (26 cv em 1949, 40 cv e 745 c.c. em 1950 e 40 cv e 851 c.c. em 19523), que graças à carroçaria aerodinâmica e ao reduzido peso permitiam excelentes prestações, tendo mesmo o veiculo se ilustrado em algumas provas de turismos da época. A caixa de velocidades tinha o comando na coluna de direção, estando disponíveis quatro relações.

Potência e binário eram transmitidos às rodas dianteiras, num exercício mecânico exigido por Jean Albert Gregoire, entusiasta desta solução para os carros do futuro. Um visionário! A carreira do Panhard Dyna X foi infelizmente curta, pois a concorrência do Renault 4, depois do 2 CV e a falta de uma rede de venda eficaz, impediu a Panhard de vender mais de 47 mil Dyna X nas suas múltiplas versões.

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