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Mercedes-Benz 500E: nunca a expressão “lobo em pele de cordeiro” foi tão bem aplicada

By on 9 Outubro, 2020

Celebra-se, esta mês, o 30º aniversário do lançamento do Mercedes-Benz 500E no Salão de Paris. A versão de topo da geração W124 do familiar alemão é, para muitos, um objeto de desejo, cuja raridade está bem patente nas 10 479 unidades produzidas entre os mais de 2 milhões de exemplares produzidos desta geração da berlina da Mercedes-Benz, modelo que é considerado por muitos como o seu melhor produto de sempre.

O motor de cinco litros com oito cilindros debita 326 cavalos, um valor que, atualmente, não assusta um compacto familiar desportivo, mas que há 30 anos levava o 500E além dos 250 km/h, não fosse o limitador. E a parte mais curiosa é que, exteriormente, o 500E é um automóvel relativamente discreto quando comparado com os seus irmãos de gama, um ponto a favor dos condutores que queriam ser rápidos, passando despercebidos.

Na carroçaria destacavam-se,

principalmente, os guarda-lamas mais pronunciados para protegerem os

pneus 225/55 R16 e o spoiler dianteiro específico. A suspensão

rebaixada colocou, também, o 500E cerca de 23 milímetros mais perto

do solo, beneficiando a dinâmica. Equipado de série com caixa

automática, o 500E atingia os 100 km/h em 5,9 segundos, um valor que

ainda hoje impressiona.

Outros detalhes incluem a presença – em 1990, recordamos – do controlo de tração, eletrónica que ajudava a colocar a potência no chão, especialmente útil em condições de fraca aderência. Também a bateria foi colocada na traseira de forma a beneficiar a distribuição de peso. O aparecimento de um modelo como o 500E só foi possível porque desde a fase inicial do projeto W124, no início da década de 1980, os engenheiros da Mercedes-Benz tiveram em conta a possibilidade de se instalar um motor de grande cilindrada, de gamas superiores, algo que tinha já sido feito pela marca de Estugarda no W109 sob a forma do igualmente mítico 300 SEL com motor 6.3 litros proveniente da limousine 600 (W100).

No entanto, foram várias as alterações necessárias na secção dianteira, como por exemplo a circulação do ar de refrigeração. Assim, no final de 1987 e de forma a compensar o tempo necessário e que estava a ser investido no W129 e no novo Classe S, W140, a Mercedes-Benz decidiu fazer um contrato com a Porsche para o desenvolvimento dos trabalhos necessários para colocar o motor V8 na carroçaria do W124. Este motor V8, equipado com dois turbos, viria também a equipar o Sauber-Mercedes C9, campeão mundial em 1989 e igualmente vencedor das 24 Horas de Le Mans desse mesmo ano. A Porsche foi também a responsável pela produção do 500E. Nas versões finais, a partir de junho de 1993, já designadas por E 60 AMG, o motor M119 cresceu para seis litros e passou a debitar 381 cavalos. A sua produção cessou em 1995, juntamente com a da carroçaria W124.

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