Breve história do volante: uma vida a andar à roda
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Seat recorda-nos a evolução do volante: de simples aro a central de comando

By on 13 Novembro, 2018

No final dos anos 50, o volante era um fino aro rígido que servia, apenas, para manobrar o veículo. Quase 70 anos volvidos, o volante é, hoje, uma central de comando.

Hoje ter um volante onde não estejam o regulador de velocidade, o comando do sistema de áudio ou os controlos do computador de bordo, até parece mal. E a evolução tem evado cada vez mais controlos para o volante. Mas há 70 anos as coisas eram bem diferentes.

No anos 50, o volante era um aro fino, grande e rijo, feito de baquelite. Isso e a falta de direção assistida – por isso os volantes eram tão grandes! – torna a condução e, particularmente, as manobras, um exercício físico duro. Isidre López, responsável pelos veículos clássicos da Seat, lembra que “nos modelos luxuosos como o SEAT 1400, inspirado nos automóveis americanos, incluíam detalhes como o logotipo em cobre ou o interruptor de máximos. Até a alavanca da caixa de velocidades estava na mesma coluna de direção.”

Na década de 60, o volante, nos carros de classe média como o Fiat 600D e o Seat 600D, por exemplo, era reduzido á sua menor expressão. “Trata-se de um elemento destinado a permitir virar o automóvel, que não tem comandos nem logotipos, apenas integrando a buzina, que naquela época era o aviso da nossa presença para outros condutores e peões, que não estavam acostumados a conviver com veículos” lembra Isidre López.

Com a chegada dos anos 70, o volante começou a perder dimensão e começam a ser usados outros materiais mais suaves que permitiam aumentar a comodidade dos condutores. Os volantes desportivos, com aros em madeira e três ou dois braços perfurados, começam a surgir e a destacar esses modelos. Os mostradores circulares, muito ao estilo italiano, também fazem a sua aparição. O Fiat 850 ou o Seat 850 era um exemplo de como um pequeno carro podia ser desportivo apenas pelo volante. O Fiat e o Seat 124 também usavam o mesmo tipo de volante nas versões ditas desportivas. “Estes modelos causaram sensação pelo desenho desportivo e estiloso. O acabamento em madeira dava-lhe um toque de luxo e os dois raios perfurados acrescentavam o aspeto de carro de corridas. A buzina já não está no centro, mas sim nos raios laterais ao alcance do polegar”, explica López.

A chegada da direção assistida nos anos 80 e 90, permitiu reduzir, mais, o diâmetro do volante, melhorando, mais uma vez o conforto e a comodidade do condutor, além da segurança ser incrementada. Aumenta a grossura do aro e o plástico emborrachado passam a ser a regra e já nos anos 90, a introdução do “airbag” altera o desenho do volante. No final da década, chegam os comandos do rádio que se alojam nos braços cada vez mais grossos do volante.

Nos dias de hoje, o volante possui tudo e mais alguma coisa e embora continue a ser redondo – cada vez menos, é verdade, pois por imposição de estilo e pela ligação ás corridas, a base inferior do volante é cortada – hoje é uma verdadeira central de comando do veículo. “Modelos como o SEAT ATECA, o Arona ou o Ibiza permitem-nos controlar a temperatura, a música, a rota, a velocidade ou a autonomia e até fazer chamadas a partir do volante. Todos os dados aparecem centralizados no painel de instrumentos para evitar distrações” lembra Isidre López.

O futuro segue em dois caminhos diferentes: cada vez menos vamos tirar as mãos do volante, pois tudo ou quase tudo está lá, mas com o advento da condução autónoma, o volante poderá, simplesmente, desaparecer.

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