Emissões reduzidas em 90% entre a primeira norma Euro e a Euro 6 – Euro 7 perto da aprovação final
UE investiga os subsídios chineses aos veículos elétricos e ameaça com imposição de taxas

Euro 7: União Europeia ‘suaviza’ norma

By on 25 Setembro, 2023

Após meses de negociações, os países da UE chegaram a um consenso sobre a norma Euro 7. O acordo prevê que a norma entre em vigor em 2025, mas com algumas concessões aos fabricantes de automóveis. Por exemplo, os limites de emissões para veículos mais pequenos serão ligeiramente mais flexíveis do que o inicialmente proposto.

Os Ministros da União Europeia chegaram a acordo sobre as regras de emissões Euro 7, que vão ser menos exigentes do que se esperava inicialmente. A Espanha apresentou um texto de compromisso que mantém as condições de ensaio e os limites de emissões da norma Euro 6 para os automóveis e carrinhas, mas estes serão mais baixos para os camiões pesados e autocarros. Para a ACEA, a posição inicial dos Estados-Membros era totalmente desproporcionada, pois iria gerar custos elevados para a indústria e para os clientes, podendo também levar a um desvio do caminho face ao investimento nos veículos elétricos mas a UE concordou agora em não alterar as atuais condições de ensaio e limites de emissões Euro 6 para automóveis e carrinhas, embora estes sejam mais baixos para autocarros e veículos pesados.

Também aceitaram novos limites de emissões de partículas para travões e pneus.

O Conselho, o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia devem agora negociar um acordo final sobre os novos regulamentos: “Consideramos que, com esta proposta, conseguimos um amplo apoio, um equilíbrio nos custos de investimento das marcas produtoras e melhoramos os benefícios ambientais decorrentes deste regulamento”, afirmou Hector Gomez Hernandez, ministro interino da Indústria, Comércio e Turismo de Espanha.

A Itália, a França, a República Checa e cinco outros Estados defenderam a adoção de regras menos rigorosas, alegando que os limites propostos para os poluentes, como os óxidos nitrosos nos motores de combustão, poderiam desviar o trabalho de desenvolvimento e o investimento dos veículos elétricos.

O novo regulamento permite salvaguardar a cadeia de abastecimento automóvel dos fabricantes de pequenos volumes, por exemplo a gama alta típica da produção italiana, como a Ferrari, a Lamborghini, ou a Maserati, símbolos do “Made in Italy”, que produzem cerca de 50.000 automóveis por ano”, afirmou o Ministro da Indústria italiano, Adolfo Urso.

Os fabricantes de automóveis europeus afirmaram que a aplicação da norma Euro 7, que deverá entrar em vigor a partir de 2025, seria demasiado dispendiosa e que os ganhos ambientais seriam negligenciáveis.

O CEO da Renault, Luca de Meo, afirmou que a norma Euro 7 iria distrair a indústria automóvel de se tornar totalmente elétrica e forçá-la a investir em motores de combustão que não têm tanto futuro.

Carlos Tavares, Diretor-Geral da Stellantis, afirmou que as propostas conduziriam a preços mais elevados para os veículos mais pequenos, limitando a liberdade de circulação das famílias mais pobres.

A União Europeia tem vindo a reforçar progressivamente os limites de emissão dos veículos rodoviários desde o primeiro conjunto de regulamentos, conhecido como Euro 1, em 1992.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)