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Clássicos, Renault Dauphine: tipicamente francês

By on 30 Setembro, 2023

Substituto do 4CV, o Dauphine era um veículo tipicamente francês dos anos 50. Quer isto dizer que tinha um estilo algo barroco e era animado por motores fracos. O Dauphine era para ser chamado Corvette, mas a Chevrolet lançou um modelo com o mesmo nome e a Renault recuou e usou o termo feudal “Dauphon” no feminino. Aliás, o estilo era muito efeminado, tendo perdido as portas “suicida” do 4CV mantendo o chassis monobloco, as quatro portas e muitas semelhanças com o seu antecessor.

O carro foi lançado em 1956 e herdou o motor do 4 CV. O quatro cilindros passou dos 760 c.c. para 845 c.c. e dos 19 para os 32 cv, mas sendo muito mais pesado era absurdamente lento, com uma aceleração dos 0-100 km/h em 32 segundos!

Para obviar a esta dificuldade, a Renault entregou o Dauphine a Amédée Gordini. O conhecido preparador francês realizou uma versão com 37 cv que ficou com o nome de Dauphine Gordini.

Para o final da sua vida útil, a Renault lançou uma versão especial do Dauphine equipada com motor de 55 cv. Apenas 2140 unidades foram produzidas, destacando-se pelo uso de um carburador de duplo corpo, caixa de quatro velocidades, conta-rotações e uma velocidade máxima de 140 km/h. O modelo distinguia-se, também, pelo facto de existir apenas em branco com duas tiras em azul de cada lado. Foram fabricados 2. 150 738 Dauphine ao longo de 10 anos de vida, tendo sido um dos primeiros carros importados para o Reino Unido a conseguir vendas significativas.

O Dauphine foi produzido na Argentina ficando com o nome IKA Dauphine, tendo sido também usado pela Alfa Romeo.

A marca transalpina produziu um Alfa Romeo Dauphine entre 1959 e 1964 na mesma linha de montagem do Giulietta. No Brasil foi a Willys-Overland do Brasil quem produziu sob licença o Dauphine, num total de 74.627 unidades, entre Dauphine, Gordini e a versão 1093.

Apesar de hoje ser um clássico, a verdade é que o Dauphine tem uma herança dominada pela fama de ser um carro lento e não ter um bom comportamento em estrada. Outro problema é a falta de fiabilidade e a pouca resistência à ferrugem. Para se ter uma noção da má imagem do Dauphine, em 2002 o sítio de internet “Car Talk” animado por entusiastas dos clássicos e muitos conhecedores da indústria automóvel antiga, atribuiu-lhe o 9º lugar entre os piores carros do milénio.

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