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By on 10 Setembro, 2023

O XJS era um coupé luxuoso que surgiu para substituir o lendário E-Type, em Setembro de 1975, estando baseado na berlina XJ. Ao contrário do seu antecessor, o XJS nunca teve nem a imagem nem a áurea de coupé desportivo, sendo antes reconhecido como um Grande Turismo de qualidade. O XJS sobreviveu até à década de 90, quando foi rendido pelo XK8 em 1996.

O primeiro XJS foi lançado em 1975 estando equipado com um impressionante V12 e com caixa de velocidades manual ou automática, sendo que a primeira rapidamente foi deixada de lado.

Carros com motores V12 eram pouco habituais naquela época, pelo que o XJS se destacou de imediato. Capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em 6,5 segundos e capaz de rodar a 255 km/h, equiparava-se aos modelos italianos que já na época faziam furor.

O problema deste grande coupé residia no facto da crise do petróleo ter arrasado o negócio dos carros de grandes prestações e apetites vorazes, como era o XJS 5.3 V12. Além disso, o estilo muito particular da traseira do carro motivou algumas críticas que não ajudaram à causa.

A Pininfarina ainda realizou um protótipo baseado no XJS, respondendo assim à acusação de que o carro não era um digno sucessor do E-Type. A inércia da empresa levou a que o carro nunca chegasse à produção.

No início da década de 80, com o mundo a recuperar da crise energética, a Jaguar finalmente quis resolver a questão dos consumos do XJS.

O motor recebeu diversas alterações e passou a ser o carro equipado com uma caixa automática mais rápido do Mundo, capaz de atingir os 270 km/h de velocidade máxima e 0-100 km/h em 5,7 segundos.

Mais rápido ficou, mas o apetite em gasolina não esmoreceu e, por isso, aproveitando o lançamento de uma versão cabriolet, a Jaguar instalou no XJS C o bloco de 3.6 litros e seis cilindros AJ6.

A versão Cabrio era mais um Targa, à semelhança dos primeiros Porsche 911 e possuía caixa de cinco velocidades manual.

O XJS C com motor V12 só surgiu em 1985 e um verdadeiro cabriolet apenas em 1988. Ainda antes a Jaguar criou um XJS Hess & Eisenhardt, um descapotável muito especial feito por uma firma americana do Ohio num total de apenas 2100 unidades.

De forma a conseguir maior notoriedade para a marca, a Jaguar inscreveu o XJS V12 nas pistas através da Tom Walkinshaw Racing (TWR), tendo conquistado o título do Campeonato Europeu de Turismos em 1984 – com os carros a terem inscrita a célebre frase, que Tom Walkinshaw viria a engolir anos mais tarde, “Real men don’t drive Volvo” (Homens a sério não conduzem um Volvo) – e a Bathurst 1000 australiana.

As vitórias da TWR Jaguar em Le Mans não foram esquecidas e a TWR realizou uma série especial de 100 unidades de um XJR-S com motor V12 de 5.3 litros. Série que acabou por ter mais de 400 carros, tais os pedidos que a empresa inglesa recebeu, alguns deles já com o bloco de 6.0 litros introduzido em 1989.

No final da sua vida, o XJS recebeu inúmeras alterações, entre elas um motor de seis cilindros com 4 litros. Surgiu também um descapotável com 2+2 lugares, espécie de resposta ao sucesso que a Lynx tinha tido ao conceber um cabrio de 4 lugares com base no XJS. Aliás, a Lynx ficou conhecida por ter efectuado uma carrinha “shooting break” com base no coupé inglês.

Após 21 anos de produção e uma história algo atribulada e muito menos gloriosa que a do E-Type, o XJS foi descontinuado em 1996.

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