Carregar o seu elétrico com dinheiro: Em breve será possível
Rede Mobi.E: 447 mil carregamentos em março

Partilha de carregadores nos condomínios pode reduzir muito os custos…

By on 3 Julho, 2023

Há ainda muitas razões que estão a fazer as pessoas hesitar em comprar já um carro elétrico. Sem dúvida, que mais cedo ou mais tarde no futuro, os motores de combustão irão desaparecer por completo, ou pelo menos, como a UE já determinou, só poderão ser utilizados com combustíveis sintéticos para lá de 2035 e mesmo esses vai depender muito de como a tecnologia evoluir até lá.

Tudo misturado, a verdade é que os carros elétricos estão a ganhar popularidade, basta ver as tabelas de vendas, mas ainda existem alguns motivos comuns pelos quais as pessoas hesitam em comprá-los.

Por exemplo, a autonomia dos carros elétricos ainda é um fator preocupante para muitas pessoas, embora este seja dos pontos que mais depressa se está a diluir na mente das pessoas. A tecnologia das baterias tem melhorado significativamente nos últimos anos, alguns modelos têm uma autonomia menor em comparação aos veículos movidos a combustível, mas as diferenças são cada vez menores e a ansiedade está a diminuir…

A infraestrutura de recarga ainda está em desenvolvimento, e talvez ainda esteja a não conseguir acompanhar o aumento de vendas, mas esse também é cada vez menos um problema.

O tempo de recarga tem muito mais a ver com o facto do utilizar ter uma boa formação a este nível do que outra coisa qualquer. Há carregadores de alta potência que reduzem imenso o tempo de recarga, mas esta ainda é uma preocupação.

O custo inicial mais alto dos carros é ainda um grande óbice, pois há muita gente que até lhe dava jeito ter um carro elétrico, mas não pode despender de valores ainda tão altos. E adquirir um elétrico dos mais baratos, isso também significa menos autonomia. Este é um problema que tende a resolver-se com o passar dos anos.

Se esse custo inicial for ultrapassável, se fizer contas, vale a pena gastar mais no carro, porque vai poupar tudo e mais durante a vida dele.

A questão do carregamento em espaços públicos ainda é problemático, em muitas zonas simplesmente a estrutura é parca para a quantidade de gente que já tem carros elétricos. Para pessoas que não têm acesso a uma garagem privada com uma tomada elétrica, a falta de opções de carregamento em locais de estacionamento pode ser um desafio.

Por fim, o conhecimento limitado de muitas pessoas. A falta de familiaridade com o tema leva à incerteza e à resistência à mudança. Aqui, a educação e a consciencialização sobre os benefícios dos veículos elétricos são essenciais para combater essa hesitação, mas isso vai de cada um, pois informação não falta na internet.

É preciso ter um pouco de paciência….

Tudo isto para chegar a um ponto interessante…

Porque não partilhar carregadores, por exemplo num condomínio com parqueamento?

Sabemos que uma forte percentagem dos condomínios é mais fácil ter nos vizinhos, obstáculos, do que o contrário, mas se não for assim, pode resolver facilmente o problema dos custos, e ainda reduzi-los mais do que seria expectável: é possível conceber a partilha de carregadores num edifício de apartamentos com uma programação que funcione para todos. Ao partilhar os carregadores, as comunidades residenciais podem reduzir os custos associados à instalação e utilização dos carregadores. O único problema seria mesmo a escala de utilização. Mas se houver boa vontade, tudo se consegue.

Se houver paciência para criar uma escala, todos ganham, e os custos são muito menores. Ainda mais do que já era suposto.

Numa habitação típica com várias unidades, com uma média de 8-10 carros no parqueamento, um ou dois carregadores de nível 2, o tipo comum em casas e edifícios de escritórios, pode cobrir a procura diária de carregamento residencial. Vejam os custos:

Carregamento em PCR – Postos de Carregamento Rápido:

Com um consumo médio de 15 kWh / 100 km, um Veículo Elétrico consome cerca de €48 em carregamentos rápidos por mês (média de €0,40 por kWh) – se só utilizar os PCR para carregar o veículo;

Carregamento em Casa (Tarifa Simples):

Com um consumo médio de 15 kWh / 100 km, um Veículo Elétrico acresce cerca de €24 na fatura mensal de eletricidade (média de €0,20 por kWh, em tarifa simples);

Carregamento em Casa (Tarifa Bi-horária):

Com um consumo médio de 15 kWh / 100 km, um Veículo Elétrico acresce cerca de €12 na fatura mensal de eletricidade (média de €0,10 por kWh, em tarifa bi-horária), quando o carregamento é efetuado durante o período de vazio (durante a noites);

Fonte (UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos)

O futuro da gestão de carregamentos em habitações com várias unidades será automatizado para ser eficiente, com um computador ou inteligência artificial a determinar o horário mais eficiente para o carregamento.

O acesso atualmente limitado ao carregamento doméstico em muitas cidades restringe a adoção de veículos elétricos, atrasa a descarbonização dos transportes e agrava as desigualdades na propriedade de veículos elétricos. Portanto, expandir o carregamento em edifícios com várias habitações iria ajudar a eliminar algumas das maiores barreiras. Não acha que parte da solução pode estar nos condomínios?

FOTO Freepik

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