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Mobilidade Autónoma: Uma realidade cada vez mais próxima

By on 25 Março, 2024

Portugal tem um dos parques automóveis mais envelhecidos da Europa. Segundo os dados da ACAP a meio de 2023, havia um milhão e meio de automóveis a circular em Portugal – 26 por cento do total do parque automóvel – têm mais de 20 anos. Acrescente-se que, dos 5,6 milhões de carros em circulação em Portugal, em 2021, 63 por cento tinham mais de 10 anos. Assim, para muitos, a realidade da condução autónoma parece muito distante.

Na realidade, não é. Já muitos modelos permitem uma condução semiautónoma e ainda recentemente elogiamos as capacidades do novo Renault Scenic ao nível da tecnologia, que fazem parecer um carro com dez anos muito mais velho ainda. Mas a realidade dos carros sem condutor está muito mais próxima do que se imagina. No ano passado já tínhamos dado conta dos primeiros testes da VW com este tipo de tecnologia. O Grupo Moia já usa veículos autónomos VW no transporte de passageiros em Hamburgo com o plano a levar esta tecnologia para Austin, no Texas.

O CEO da divisão de veículos comerciais da Volkswagen, Carsten Intra, sublinhou o empenho no desenvolvimento de veículos autónomos, descrevendo-o como uma “maratona”.

Inicialmente, os veículos terão um condutor para emergências, mas o objetivo é acabar por eliminar a necessidade de um condutor. Os serviços pagos poderão começar em 2026, com um veículo para fins especiais planeado para o final da década.

Intra salienta a segurança e a transparência como prioridades, reconhecendo o longo caminho que a condução autónoma tem pela frente. A Volkswagen continua empenhada na tecnologia autónoma, como o demonstram os seus investimentos contínuos, incluindo uma parceria com a Mobileye para introduzir no mercado a capacidade autónoma de nível quatro até 2026.

2026 não parece assim tão longe quanto isso. A condução autónoma é descrita como uma porta para o futuro garantindo Maior segurança, graças à redução do erro humano, redução do congestionamento do tráfego (com os veículos todos interligados, a gestão pode ser mais eficiente), melhoria da acessibilidade: (os veículos autónomos podem fornecer transporte a pessoas que não podem conduzir sozinhas) e i aumento da produtividade.

No entanto, os desafios são tremendos e há quem defenda que a condução autónoma dificilmente será possível (outros defendem que a sua introdução será muito mais rápida que o inicialmente previsto).

A Society of Automotive Engineers (SAE), baseando-se no grau de atenção requerido ao condutor, estabeleceu vários níveis até se atingir a condução totalmente autónoma:

Nível 1 – O condutor tem de estar preparado para assumir o controlo a qualquer momento; 

Nível 2 – O condutor é obrigado a detetar objetos ou ocorrências e reagir se o sistema automatizado falhar;

Nível 3 – O condutor pode desviar a atenção da condução num local pré-estabelecido (por exemplo numa autoestrada), mas tem de estar preparado para assumir o controlo se necessário;

Nível 4 – A condução autónoma controla o veículo, exceto em determinadas situações, como condições atmosféricas adversas;

Nível 5 – Para além de definir o destino e ligar o sistema, não é necessária a intervenção humana na condução.

Depois do segundo nível, a condução deixa de ser monitorizada pelo condutor. O sistema Autopilot da Tesla é considerado de Nível 2. A Mercedes já comercializa carros com o sistema DRIVE PILOT que apresenta um Nível 3 de condução autónoma, a primeira marca a apresenta um sistema com este nível. Tal como os sistemas de assistência ao condutor de nível 2, a tecnologia de nível 3 da Mercedes trata da velocidade de condução, da distância a seguir e da direção. Mantém o controlo sobre uma rota predefinida e sinais e sinais de trânsito. O sistema também pode travar e/ou manobrar para evitar potenciais situações.

Os problemas em volta da condução autónoma são muitos, e além das questões técnicas e éticas, há uma questão mais premente para as marcas que é a atribuição das culpas em caso de acidente. Se o sistema autónomo estivera a ser usado, de quem é a culpa do acidente? Do condutor que acionou o sistema ou do ´próprio sistema? Enquanto todas essas questões são resolvidas, os sistemas são desenvolvidos e pensados como assistência ao condutor, facilitando a vida e minimizando erros, o que já é uma valiosa ajuda. Mas certas marcas estão determinadas em fazer a condução autónoma acontecer e tal pode ser uma realidade em breve.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)