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Carlos Tavares preocupado com situação política e guerra de preços

By on 22 Janeiro, 2024

As grandes mudanças no mundo da indústria automóvel acompanham as mudanças na sociedade e as marcas devem estar constantemente atentas às mudanças, para se adaptarem a elas. Carlos Tavares, CEO da Stellantis mostrou o seu olhar atento do mundo e avisou para alguns perigos.

O ambiente político afeta sempre a trajetória das marcas, mais ainda numa fase em que mudanças profundas estão a ser pensadas e aplicadas, com alguma relutância de certos quadrantes. As marcas têm apostado de forma forte na eletrificação, mas as mudanças políticas que se afiguram podem comprometer alguns planos a médio e longo prazo. O caso dos EUA foi referido por Carlos Tavares, com uma eleição a aproximar-se com dois quadrantes políticos com uma visão diametralmente oposta. Segundo Tavares poderemos ver “uma aceleração dos carros elétricos, se os progressistas dogmáticos ganharem, ou um abrandamento dos carros elétricos, se os populistas ganharem”.

O gigante automóvel espera atingir o seu objetivo de vender 100% de automóveis elétricos na Europa até 2030 e 50% nos Estados Unidos. A Stellantis também pretende ser neutra em termos de carbono até 2038. No entanto a chegada a esse objetivos nos prazos referidos pode ser colocada em causa se as forças políticas que se mostram contra a evolução dos carros elétricos assumirem uma posição de poder. Uma coisa parece ser certa, a Stellantis não dará um passo atrás e vai continuar a apostar na eletrificação.

A eletrificação enfrenta também outros desafios e a guerra de preços iniciada pela Tesla poderá acabar por ter efeitos nefastos. Segundo Carlos Tavares, trata-se de uma “corrida ao fundo do poço” e que “acabará num banho de sangue se os preços continuarem a baixar”. Acrescentou ainda que os construtores automóveis têm de “continuar a ser rentáveis para poderem investir em novas tecnologias e contribuir para a luta contra o aquecimento global. Na Europa e nos EUA nós estamos a fazer dinheiro com os veículos eletrificados. E faz parte da nossa disciplina assegurar que seja o que vendermos estejamos a fazer dinheiro. Senão, a empresa não será sustentável”.

Assim, a guerra de preços que pode levar algumas marcas a uma situação perigosa, o fim dos incentivos à compra de elétricos, com as marcas chinesas a chegarem em força, colocam as marcas europeias num momento que só pode ser considerado como muito desafiante.

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