Nissan Juke 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) Auto– Ensaio Teste

By on 26 Agosto, 2023

O Nissan Juke híbrido é um grande passo da marca japonesa, que dotou o popular modelo de ainda mais e melhores atributos. É verdade que ficou bem mais caro, mas não é preciso fazer muitas contas para perceber se vale a pena a diferença. Em termos globais, sim, vale, embora haja casos em que as ‘contas’ são mais à justa. Nesses casos, o que o Juke melhor globalmente, como automóvel, provavelmente convence a maioria.

Assim de repente, o que melhora em termos de comportamento, dinâmica e condução, aliado ao consumo bem interessante, este primeiro Juke eletrificado é pouco menos que perfeito para ser conduzido na cidade.

Quando há década e meia o ousado Qashqai foi um sucesso a todos os níveis, isso deu à Nissan ‘bagagem’ para voltarem a ser ousados. Foi o que fizeram com o Juke, no segmento B.

Não desenvolveram uma simples réplica, mas sim uma completamente nova proposta.

Em 13 anos, o sucesso é claro, e num segmento de mercado altamente concorrencial, o Juke encontrou o seu caminho, e apesar de não ter sido tão impactante quanto o tinha sido o Qashqai, foi bem sucedido pois nesse segmento não existia algo com um design tão arrojado e distinto.

Percebemos que por vezes as marcas tenham receio de arriscar, mas quando se acerta, o sucesso é sempre maior. Foi o caso do Juke como já tinha sido do Qashqai.

Esta última geração do Juke continua a manter muitos dos atributos que definiram o seu antecessor, e agora esta nova motorização híbrida traz mais prazer de condução e essencialmente eficiência.

A caixa de velocidades multimodal é um excelente ajuda ao prazer de condução, se andarmos muito por percursos urbanos, o consumo do Juke dá-nos um sorriso de orelha a orelha, e apesar de não se chegar “até aos 80% de condução VE em ambientes urbanos” que a Nissan refere, a redução do consumo de combustível a que estávamos habituados com as versões somente de combustão é muito grande.

O Juke híbrido foi nosso parceiro no trânsito urbanos da cidade do Porto, em visita aos pontos turísticos mais relevantes da zona, e posso dizer-vos que foi um grande amigo a todos os níveis. Arranca sempre em modo 100% elétrico, é muito ágil em cidade e ‘safa-se’ bastante bem nas estradas sinuosas que circundam o Rio Douro e no regresso a Lisboa, a um ritmo normal, nem alto nem baixo, não só nos devolveu sempre uma condução muito agradável em todas as circunstâncias, como o consumo se quedou por valores muito simpáticos.

Exterior

8/10

O design do novo Nissan Juke Hybrid é mais maduro e sofisticado, em comparação com a geração anterior. Faróis LED, grelha frontal, as luzes traseiras são exemplos a elogiar. Está um automóvel mais atraente e com mais estilo, é um dos SUV compactos mais bonitos do mercado, embora este ponto tenha sempre a ver com as preferências de cada um. Duma coisa não há dúvida, foi feito um avanço significativo em termos de estética. Este novo Juke tem uma nova malha na grelha, uma faixa de plástico preto brilhante que está presente em todos os Nissan eletrificados, bem como o novo emblema da marca. Os logótipos ‘híbridos’ foram aplicados nas portas da frente e na tampa da mala O design da grelha em si é agora em malha e tem uma área de abertura menor para otimizar a eficiência aerodinâmica, possibilitada pelo facto dos requisitos de arrefecimento serem agora mais baixos na versão híbrida. Foram também feitas modificações à carroçaria abaixo do para-choques para melhorar o fluxo de ar. O defletor superior traseiro foi redesenhado para um fluxo de ar mais “limpo” atrás do automóvel. E na frente das rodas dianteiras, os defletores dos pneus foram também remodelados e reposicionados para melhorar o fluxo de ar, enquanto o eixo traseiro ganhou uma cobertura que suaviza o fluxo de ar sob o automóvel.

Interior

7/10

No interior, é boa a qualidade dos materiais e acabamentos, o espaço é bem razoável tendo em conta o contexto (tamanho) do carro. A ergonomia é boa, os bancos dianteiros oferecem bom apoio lateral e o Juke é confortável para além de ter um interior espaçoso q.b e agradável. Contudo, há detalhes a melhorar, como por exemplo o posicionamento do comando dos modos de condução, a renovação do sistema de infoentretenimento. Apesar do espaço ser razoável, atrás já depende mais da altura dos passageiros. Com a bateria, também o espaço da bagageira é menor, mas esse é um ‘trade off’ necessário. No painel de instrumentos, o mostrador direito afixa a velocidade e o mostrador esquerdo é um medidor de potência, com a agulha a mover-se entre a “carga”, quando a regeneração de energia está a ocorrer, “eco” quando a propulsão é elétrica e “potência” quando o motor de combustão interna e o motor elétrico se combinam. Na parte inferior deste mostrador, há um medidor do estado de carga da bateria. O espaço da mala é de 354 litros, o que significa uma redução de 68 litros em relação à versão a gasolina, em consequência da presença da bateria de 1,2kWh. Com os bancos traseiros rebatidos, o espaço da mala continua a ser bom com 1.237 litros, enquanto o espaço para os joelhos dos passageiros do banco traseiro permanece inalterado em 553mm.

Equipamento

8/10

Os níveis de equipamento do Nissan Juke Hybrid dividem-se entre N- Connecta e Tekna (não há Acenta híbrido) e o modelo mais barato, híbrido, é a versão 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) Auto N-Connect que custa 33.700€. O 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) E6D-F Auto Tekna custa 36.100. Aqui destacamos o equipamento de série mais importante do Juke, 6 airbags (frontais, laterais e de cortina), ABS + EBD + ESP, Controlo de Estabilidade ESP, Cruise Control e limitador de velocidade, Sistema de Anti-colisão frontal com Assistência em cruzamentos e reconhecimento de peões e ciclista, Assistente inteligente de Manutenção de Faixa, Sistema de faróis inteligentes, Aviso de travagem de emergência (Autohazard), Chassis Control: Controlo Inteligente da Trajetória e de Carroçaria, Câmara de visão traseira • Apple CarPlay + Android Auto, Sistema de reconhecimento de voz com comandos no volante, Rádio digital DAB com 4 colunas (2 portas dianteiras + 2 portas traseiras), Bluetooth, Ecrã Nissan Drive Assist (computador de bordo com ecrã TFT em cor de 4,2″), Ecrã de Infotenimento Central de 8″, Faróis Full LED (Frente, Trás e de Nevoeiro Traseiros), a versão N-Connecta, a primeira a ter a versão híbrida acrescenta por mais 1.280€, e só destacando alguns, Travões dianteiros e traseiros de disco, Travão de mão elétrico com função Autohold, NissanConnect Services, Compatibilidade com Assistente Pessoal Amazon Alexa e Google Assist, Compatibilidade com Wi-Fi, Botão Start/Stop, Câmara de visão traseira + Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, Modos de Condução (ECO, Standard e Sport), Colunas 6 (2 portas dianteiras + 2 tweeters de pilar A + 2 portas traseiras), Ecrã Nissan Drive Assist (computador de bordo com ecrã TFT em cor de 8″), Sensor de chuva, Botão EV Mode para conduzir no modo 100% elétrico e Botão e-Pedal para condução de pedal único. Já a versão Tekna, acrescenta (também somente os mais relevantes) Alerta Inteligente de Fadiga do condutor, Sistema Inteligente de ngulo Morto, Assistência Inteligente ao Estacionamento com alerta de trânsito, ProPILOT (Assistente de Manutenção na faixa de rodagem, Cruise Control inteligente) +, Assistente de pára-arranca no trânsito para versões DCT, Identificador de sinais de trânsito, Câmara inteligente de visão 360º com deteção de objetos em movimento + sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, Sistema de Navegação NissanConnect, Sistema de Som Bose Personal Plus, Jantes em liga leve Suteki de 19″.  

Consumos

8/10

O motor 1.6 Hybrid 105 kW (143 cv), junta o motor de 1,6 litros de combustão com 94 cv e ainda o e-motor de mais 49, o que perfaz os 143 cv. Tem um consumo combinado WLTP de 5,2 l/100km e na primeira parte do ensaio que fiz, muito urbano, na cidade do Porto, acima abaixo, Foz, Serra do Pilar em Gaia, baixa do Porto, Ribeira, etc, andou bastante tempo nos 4,7 litros/100 Km, só começando a subir acima dos cinco litros, quando o Juke híbrido foi para as estradas à volta do Douro e a caminho da zona de Entre-os-Rios. O sistema híbrido mostrou sempre ser eficiente, manteve claramente o consumo pouco acima dos 5.5 litros/100 Km, e nem sequer em autoestrada, com um ritmo, nem baixo nem alto, a quedar-se pelos 5.7l/100 Km. No geral um consumo médio abaixo dos 6,0 litros, pelo que se a sua vida com o Juke híbrido tiver 50/50 entre urbano e estrada, pode contar com estes valores se não exagerar no pé direito. Os percursos feitos tiveram muito sobre e desce, o que ajuda na regeneração, mas também ‘carrega’ o consumo nas subidas pelo que o percurso feito exemplifica bem o que é capaz o Juke híbrido. Medi também um excerto de 50 Km em autoestrada com um ritmo mais elevado e o mostrador ‘deu’ 6,3 l/100. Sem dúvida que é um automóvel económico.

Ao Volante

7/10

O motor 1.6 Hybrid 105 kW (143 cv) do Juke tem mais 25% de potência do que a opção atual do motor a gasolina, com uma redução do consumo de combustível até 40% no ciclo urbano, e até 20% em utilização combinada. Dos consumos já falámos, são bons, e guiar o Juke híbrido, também. O chassis é bastante equilibrado, a direção precisa, a suspensão bem equilibrada entre conforto e dinâmica e por tudo isto o Juke é divertido de conduzir. Talvez a suspensão seja um pouco rígida, para o gosto de algumas pessoas, mas como eu continuo a valorizar muito o prazer de condução, continua a ser, para quem gosta de guiar em boas estradas, importante ter um carro que proporcione prazer de rodar, mas confesso que essa suspensão pode ser um pouco mais desconfortável para quem preze mais o conforto. Eu gosto assim! É um carro compacto, nunca se tem a mesma sensação do Qashqai, que também é muito bom de guiar, mas o Juke é mais pequeno, mais leve e a sua dinâmica mais interessante, especialmente com este motor 1.6 híbrido. A direção é precisa e comunicativa, o chassis é equilibrado e proporciona um bom equilíbrio entre conforto e estabilidade, nada a dizer dos travões, são eficazes. É verdade que podemos ter uma experiência de condução semelhante à de um carro elétrico com o Juke, mas só em traçado urbano e lento, pois apesar do Juke ter um sistema de de acionamento inteligente que otimiza o ‘débito’ do modo elétrico, a verdade é que muitas vezes o motor se liga, a não ser que circule bem calmo. Há também um sistema, um interruptor de modo VE, que pode ser usado para quando o condutor não quer o motor a combustão a funcionar, como áreas residenciais, em torno de hospitais, parques de estacionamento ou em filas de trânsito. Dependendo do estado da bateria, claro. Nota-se bem a travagem regenerativa na maior parte dos casos, mas nem sempre. O Juke tem modos Eco, Normal e Sport, que alteram o esforço de direção, o funcionamento do controlo climático e a resposta do pedal do acelerador, o comportamento de travagem regenerativa e o estado de carga da bateria. No modo Sport, por exemplo, a regeneração sob travagem é definida para um nível elevado de modo a maximizar a energia elétrica. O e-Pedal é muito interessante, mas quando experimentar precisa de algum tempo de habituação. Quando o pé é levantado do acelerador, é aplicada uma travagem moderada (até 0. 15g) que desacelera o carro até uma velocidade aproximada de 5 km/h, mas na maior parte dos casos temos que travar para parar por completo. A utilização do e-Pedal torna-se rapidamente intuitiva. Gostei muito da caixa de velocidades automática inteligente. É uma caixa multimodal e não utiliza embraiagem. Gostei bastante da forma como a Nissan a afinou, e pelos vistos não penaliza nada o consumo. A gestão dos motores de combustão/híbrido não é brusca, mas a verdade é que se nota quando o motor ‘dispara’. A direção é ‘informativa’ mas o carro não tem grandes aptidões para o modo Sport, utilizei-o muito pouco, pois o foco estava muito mais na máxima ‘poupança’ que poderia alcançar. O chassis porta-se bastante bem em estradas sinuosas, se mantivermos o Juke num registo longe do ‘abusivo’. Mais do que isso, nota-se que o carro não é feito para grandes exageros. Gosto bastante do carro numa condução suave, ainda que as jantes ‘grandes’ faz com que se note muito o mau piso no habitáculo. Mas nada de muito especial. É na cidade que mais gosto de guiar o Juke, pois é alto e muito ágil e eficaz.

Motor

7/10

O Juke híbrido tem um motor 1.6 Hybrid 105 kW (143 cv). Ao Motor de 1,6 litros normalmente aspirado, junta-se um  e-motor o que junta as potências (cv/kW) de 94 (69) + 49 (36) perfazendo os 143 cv. O consumo combinado WLTP é de 5,2 l/100km e o real não fica longe, as emissões combinadas, 118 g/km. No total são cerca de mais 30 cv que a versão somente a gasolina. Este motor de última geração foi desenvolvido especificamente para trabalhar numa aplicação de motorização híbrida. Produz 69kW (94cv) e 148Nm de binário. No lado elétrico, a Nissan produz o motor elétrico principal que debita 36kW (49cv) e 205Nm de binário, enquanto a Renault fornece a unidade de arranque/gerador de alta tensão de 15kW, o inversor e a bateria arrefecida a água de 1,2kWh, bem como a inovadora caixa de velocidades multimodal. O resultado líquido é uma motorização que fornece 25% mais potência do que a opção atual do motor a gasolina, com uma redução do consumo de combustível até 40% no ciclo urbano, e até 20% em utilização combinada. 

Balanço Final

7/10

Custa mais 7.000€ do que um Juke a gasolina de 114 cv com transmissão automática DCT, mas por outro lado temos bem menos consumo, melhor desempenho, condução mais refinada, mas menos bagageira. Não tenho a certeza que os novos argumentos do Nissan Juke híbrido o coloquem no topo das preferências deste tipo de carros, mas estou certo que o faz subir bem na tabela. É verdade que é mais caro, consome menos, anda mais, é melhor em praticamente todos os aspetos que o seu antecessor, mas a concorrência é também muito forte. Custa mais 8.000€ que a versão mais barata não-híbrida (DIG-T 84 kW (114 CV) 6M/T Acenta, 25.120,00), 7.000€ se for a versão de caixa automática, face aos 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) Auto N-Connecta, 33.700,00), mas a diferença pode fazer sentido em muitos aspetos. Por exemplo, não é preciso ir longe para ter concorrência forte, nem é preciso sair da Aliança: Renault Captur E-Tech Full Hybrid, 145 cv, custa a partir de 30.850€, e entre um e outro, há pontos que pendem para um lado, outros para outro. Este é um bom exemplo, mas há outros, veja nos concorrentes. De resto, o Nissan Juke Hybrid é um grande carro, especialmente se o pensar usar muito em meio urbano, é ágil, gasta pouco, em cidade anda muito em modo elétrico, em estrada é confortável, porta-se bem em estradas sinuosas e mesmo em auto estrada, não anda nada mal. A escolha face à concorrência, decide-se nos detalhes… Preço da versão ensaiada (Euros): Tekna, 36.100€ Preço da versão base (Euros): N-Connecta, 33.700€

Concorrentes

Tenha atenção às campanhas comerciais em vigor, que reduzem o preço que vamos referir de seguida, mas o Nissan Juke Hybrid mais barato é a versão 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) Auto N-Connecta que custa 33.700€. O 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) E6D-F Auto Tekna custa 36.100€. Quanto aos concorrentes: Toyota Yaris Cross 1.5 HEV, 116 cv desde 29.370€; Toyota C-HR, 1.8 HEV, 152 cv, desde 34.130€; Renault Captur E-Tech Full Hybrid, 145 cv, desde 30.850€; Honda HR-V 1.5 i-MMD Híbrido Elegance CVT, 107 cv, desde 35.250€; Hyundai Kauai 1.6 GDi híbrido, 141 cv, desde 36.500€.

Ficha Técnica

Motor , 4 cilindros em linha Cilindrada 1.598 cc Potência máxima 143 cv / 105 kW (gasolina+elétrico) Tração dianteira Caixa de velocidades Automática de 4 velocidades Velocidade máxima 166 km/h Aceleração 0-100 km/h 10,1 s Consumo de combustível WLTP Combinado 5,1 l/100 km Velocidade baixa 5 l/100 km Velocidade média 4,4 l/100 km Velocidade elevada 4,5 l/100 km Velocidade muito elevada 6 l/100 km Emissões de CO₂ WLTP 115 gr/km Dimensões, peso, capacidades Comprimento 4.210 mm Largura 1.800 mm Altura 1.595 mm Peso 1.400 kg Depósito de gasolina 46 l Volume da bagageira Volume com uma fila de bancos disponível 1.237 litros Volume mínimo com duas filas de bancos disponíveis 354 litros Número de lugares sentados 5 Chassis Estrutura da suspensão dianteira Tipo McPherson Mola da suspensão dianteira Mola helicoidal Estrutura da suspensão traseira Elemento de torção tipo roda Suspensão traseira com mola Mola helicoidal Tipo de travões dianteiros Disco ventilado Tipo de travões traseiros Disco ventilado Pneus dianteiros 225/45 R19 96W Pneus traseiros 225/45 R19 96W  

Mais/Menos


Mais

Consumo Conforto Sistema híbrido em meio urbano Equipamento

Menos

Preço Espaço atrás bagageira Infoentretenimento ‘datado’

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 36.100€

Preço da versão base (Euros): 33.700€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

O design do novo Nissan Juke Hybrid é mais maduro e sofisticado, em comparação com a geração anterior. Faróis LED, grelha frontal, as luzes traseiras são exemplos a elogiar. Está um automóvel mais atraente e com mais estilo, é um dos SUV compactos mais bonitos do mercado, embora este ponto tenha sempre a ver com as preferências de cada um. Duma coisa não há dúvida, foi feito um avanço significativo em termos de estética. Este novo Juke tem uma nova malha na grelha, uma faixa de plástico preto brilhante que está presente em todos os Nissan eletrificados, bem como o novo emblema da marca. Os logótipos ‘híbridos’ foram aplicados nas portas da frente e na tampa da mala O design da grelha em si é agora em malha e tem uma área de abertura menor para otimizar a eficiência aerodinâmica, possibilitada pelo facto dos requisitos de arrefecimento serem agora mais baixos na versão híbrida. Foram também feitas modificações à carroçaria abaixo do para-choques para melhorar o fluxo de ar. O defletor superior traseiro foi redesenhado para um fluxo de ar mais “limpo” atrás do automóvel. E na frente das rodas dianteiras, os defletores dos pneus foram também remodelados e reposicionados para melhorar o fluxo de ar, enquanto o eixo traseiro ganhou uma cobertura que suaviza o fluxo de ar sob o automóvel.

Interior

No interior, é boa a qualidade dos materiais e acabamentos, o espaço é bem razoável tendo em conta o contexto (tamanho) do carro. A ergonomia é boa, os bancos dianteiros oferecem bom apoio lateral e o Juke é confortável para além de ter um interior espaçoso q.b e agradável. Contudo, há detalhes a melhorar, como por exemplo o posicionamento do comando dos modos de condução, a renovação do sistema de infoentretenimento. Apesar do espaço ser razoável, atrás já depende mais da altura dos passageiros. Com a bateria, também o espaço da bagageira é menor, mas esse é um ‘trade off’ necessário. No painel de instrumentos, o mostrador direito afixa a velocidade e o mostrador esquerdo é um medidor de potência, com a agulha a mover-se entre a “carga”, quando a regeneração de energia está a ocorrer, “eco” quando a propulsão é elétrica e “potência” quando o motor de combustão interna e o motor elétrico se combinam. Na parte inferior deste mostrador, há um medidor do estado de carga da bateria. O espaço da mala é de 354 litros, o que significa uma redução de 68 litros em relação à versão a gasolina, em consequência da presença da bateria de 1,2kWh. Com os bancos traseiros rebatidos, o espaço da mala continua a ser bom com 1.237 litros, enquanto o espaço para os joelhos dos passageiros do banco traseiro permanece inalterado em 553mm.

Equipamento

Os níveis de equipamento do Nissan Juke Hybrid dividem-se entre N- Connecta e Tekna (não há Acenta híbrido) e o modelo mais barato, híbrido, é a versão 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) Auto N-Connect que custa 33.700€. O 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) E6D-F Auto Tekna custa 36.100. Aqui destacamos o equipamento de série mais importante do Juke, 6 airbags (frontais, laterais e de cortina), ABS + EBD + ESP, Controlo de Estabilidade ESP, Cruise Control e limitador de velocidade, Sistema de Anti-colisão frontal com Assistência em cruzamentos e reconhecimento de peões e ciclista, Assistente inteligente de Manutenção de Faixa, Sistema de faróis inteligentes, Aviso de travagem de emergência (Autohazard), Chassis Control: Controlo Inteligente da Trajetória e de Carroçaria, Câmara de visão traseira • Apple CarPlay + Android Auto, Sistema de reconhecimento de voz com comandos no volante, Rádio digital DAB com 4 colunas (2 portas dianteiras + 2 portas traseiras), Bluetooth, Ecrã Nissan Drive Assist (computador de bordo com ecrã TFT em cor de 4,2″), Ecrã de Infotenimento Central de 8″, Faróis Full LED (Frente, Trás e de Nevoeiro Traseiros), a versão N-Connecta, a primeira a ter a versão híbrida acrescenta por mais 1.280€, e só destacando alguns, Travões dianteiros e traseiros de disco, Travão de mão elétrico com função Autohold, NissanConnect Services, Compatibilidade com Assistente Pessoal Amazon Alexa e Google Assist, Compatibilidade com Wi-Fi, Botão Start/Stop, Câmara de visão traseira + Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, Modos de Condução (ECO, Standard e Sport), Colunas 6 (2 portas dianteiras + 2 tweeters de pilar A + 2 portas traseiras), Ecrã Nissan Drive Assist (computador de bordo com ecrã TFT em cor de 8″), Sensor de chuva, Botão EV Mode para conduzir no modo 100% elétrico e Botão e-Pedal para condução de pedal único. Já a versão Tekna, acrescenta (também somente os mais relevantes) Alerta Inteligente de Fadiga do condutor, Sistema Inteligente de ngulo Morto, Assistência Inteligente ao Estacionamento com alerta de trânsito, ProPILOT (Assistente de Manutenção na faixa de rodagem, Cruise Control inteligente) +, Assistente de pára-arranca no trânsito para versões DCT, Identificador de sinais de trânsito, Câmara inteligente de visão 360º com deteção de objetos em movimento + sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, Sistema de Navegação NissanConnect, Sistema de Som Bose Personal Plus, Jantes em liga leve Suteki de 19″.  

Consumos

O motor 1.6 Hybrid 105 kW (143 cv), junta o motor de 1,6 litros de combustão com 94 cv e ainda o e-motor de mais 49, o que perfaz os 143 cv. Tem um consumo combinado WLTP de 5,2 l/100km e na primeira parte do ensaio que fiz, muito urbano, na cidade do Porto, acima abaixo, Foz, Serra do Pilar em Gaia, baixa do Porto, Ribeira, etc, andou bastante tempo nos 4,7 litros/100 Km, só começando a subir acima dos cinco litros, quando o Juke híbrido foi para as estradas à volta do Douro e a caminho da zona de Entre-os-Rios. O sistema híbrido mostrou sempre ser eficiente, manteve claramente o consumo pouco acima dos 5.5 litros/100 Km, e nem sequer em autoestrada, com um ritmo, nem baixo nem alto, a quedar-se pelos 5.7l/100 Km. No geral um consumo médio abaixo dos 6,0 litros, pelo que se a sua vida com o Juke híbrido tiver 50/50 entre urbano e estrada, pode contar com estes valores se não exagerar no pé direito. Os percursos feitos tiveram muito sobre e desce, o que ajuda na regeneração, mas também ‘carrega’ o consumo nas subidas pelo que o percurso feito exemplifica bem o que é capaz o Juke híbrido. Medi também um excerto de 50 Km em autoestrada com um ritmo mais elevado e o mostrador ‘deu’ 6,3 l/100. Sem dúvida que é um automóvel económico.

Ao volante

O motor 1.6 Hybrid 105 kW (143 cv) do Juke tem mais 25% de potência do que a opção atual do motor a gasolina, com uma redução do consumo de combustível até 40% no ciclo urbano, e até 20% em utilização combinada. Dos consumos já falámos, são bons, e guiar o Juke híbrido, também. O chassis é bastante equilibrado, a direção precisa, a suspensão bem equilibrada entre conforto e dinâmica e por tudo isto o Juke é divertido de conduzir. Talvez a suspensão seja um pouco rígida, para o gosto de algumas pessoas, mas como eu continuo a valorizar muito o prazer de condução, continua a ser, para quem gosta de guiar em boas estradas, importante ter um carro que proporcione prazer de rodar, mas confesso que essa suspensão pode ser um pouco mais desconfortável para quem preze mais o conforto. Eu gosto assim! É um carro compacto, nunca se tem a mesma sensação do Qashqai, que também é muito bom de guiar, mas o Juke é mais pequeno, mais leve e a sua dinâmica mais interessante, especialmente com este motor 1.6 híbrido. A direção é precisa e comunicativa, o chassis é equilibrado e proporciona um bom equilíbrio entre conforto e estabilidade, nada a dizer dos travões, são eficazes. É verdade que podemos ter uma experiência de condução semelhante à de um carro elétrico com o Juke, mas só em traçado urbano e lento, pois apesar do Juke ter um sistema de de acionamento inteligente que otimiza o ‘débito’ do modo elétrico, a verdade é que muitas vezes o motor se liga, a não ser que circule bem calmo. Há também um sistema, um interruptor de modo VE, que pode ser usado para quando o condutor não quer o motor a combustão a funcionar, como áreas residenciais, em torno de hospitais, parques de estacionamento ou em filas de trânsito. Dependendo do estado da bateria, claro. Nota-se bem a travagem regenerativa na maior parte dos casos, mas nem sempre. O Juke tem modos Eco, Normal e Sport, que alteram o esforço de direção, o funcionamento do controlo climático e a resposta do pedal do acelerador, o comportamento de travagem regenerativa e o estado de carga da bateria. No modo Sport, por exemplo, a regeneração sob travagem é definida para um nível elevado de modo a maximizar a energia elétrica. O e-Pedal é muito interessante, mas quando experimentar precisa de algum tempo de habituação. Quando o pé é levantado do acelerador, é aplicada uma travagem moderada (até 0. 15g) que desacelera o carro até uma velocidade aproximada de 5 km/h, mas na maior parte dos casos temos que travar para parar por completo. A utilização do e-Pedal torna-se rapidamente intuitiva. Gostei muito da caixa de velocidades automática inteligente. É uma caixa multimodal e não utiliza embraiagem. Gostei bastante da forma como a Nissan a afinou, e pelos vistos não penaliza nada o consumo. A gestão dos motores de combustão/híbrido não é brusca, mas a verdade é que se nota quando o motor ‘dispara’. A direção é ‘informativa’ mas o carro não tem grandes aptidões para o modo Sport, utilizei-o muito pouco, pois o foco estava muito mais na máxima ‘poupança’ que poderia alcançar. O chassis porta-se bastante bem em estradas sinuosas, se mantivermos o Juke num registo longe do ‘abusivo’. Mais do que isso, nota-se que o carro não é feito para grandes exageros. Gosto bastante do carro numa condução suave, ainda que as jantes ‘grandes’ faz com que se note muito o mau piso no habitáculo. Mas nada de muito especial. É na cidade que mais gosto de guiar o Juke, pois é alto e muito ágil e eficaz.

Concorrentes

Tenha atenção às campanhas comerciais em vigor, que reduzem o preço que vamos referir de seguida, mas o Nissan Juke Hybrid mais barato é a versão 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) Auto N-Connecta que custa 33.700€. O 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) E6D-F Auto Tekna custa 36.100€. Quanto aos concorrentes: Toyota Yaris Cross 1.5 HEV, 116 cv desde 29.370€; Toyota C-HR, 1.8 HEV, 152 cv, desde 34.130€; Renault Captur E-Tech Full Hybrid, 145 cv, desde 30.850€; Honda HR-V 1.5 i-MMD Híbrido Elegance CVT, 107 cv, desde 35.250€; Hyundai Kauai 1.6 GDi híbrido, 141 cv, desde 36.500€.

Motor

O Juke híbrido tem um motor 1.6 Hybrid 105 kW (143 cv). Ao Motor de 1,6 litros normalmente aspirado, junta-se um  e-motor o que junta as potências (cv/kW) de 94 (69) + 49 (36) perfazendo os 143 cv. O consumo combinado WLTP é de 5,2 l/100km e o real não fica longe, as emissões combinadas, 118 g/km. No total são cerca de mais 30 cv que a versão somente a gasolina. Este motor de última geração foi desenvolvido especificamente para trabalhar numa aplicação de motorização híbrida. Produz 69kW (94cv) e 148Nm de binário. No lado elétrico, a Nissan produz o motor elétrico principal que debita 36kW (49cv) e 205Nm de binário, enquanto a Renault fornece a unidade de arranque/gerador de alta tensão de 15kW, o inversor e a bateria arrefecida a água de 1,2kWh, bem como a inovadora caixa de velocidades multimodal. O resultado líquido é uma motorização que fornece 25% mais potência do que a opção atual do motor a gasolina, com uma redução do consumo de combustível até 40% no ciclo urbano, e até 20% em utilização combinada. 

Balanço final

Custa mais 7.000€ do que um Juke a gasolina de 114 cv com transmissão automática DCT, mas por outro lado temos bem menos consumo, melhor desempenho, condução mais refinada, mas menos bagageira. Não tenho a certeza que os novos argumentos do Nissan Juke híbrido o coloquem no topo das preferências deste tipo de carros, mas estou certo que o faz subir bem na tabela. É verdade que é mais caro, consome menos, anda mais, é melhor em praticamente todos os aspetos que o seu antecessor, mas a concorrência é também muito forte. Custa mais 8.000€ que a versão mais barata não-híbrida (DIG-T 84 kW (114 CV) 6M/T Acenta, 25.120,00), 7.000€ se for a versão de caixa automática, face aos 1.6 Hybrid 105 kW (143 CV) Auto N-Connecta, 33.700,00), mas a diferença pode fazer sentido em muitos aspetos. Por exemplo, não é preciso ir longe para ter concorrência forte, nem é preciso sair da Aliança: Renault Captur E-Tech Full Hybrid, 145 cv, custa a partir de 30.850€, e entre um e outro, há pontos que pendem para um lado, outros para outro. Este é um bom exemplo, mas há outros, veja nos concorrentes. De resto, o Nissan Juke Hybrid é um grande carro, especialmente se o pensar usar muito em meio urbano, é ágil, gasta pouco, em cidade anda muito em modo elétrico, em estrada é confortável, porta-se bem em estradas sinuosas e mesmo em auto estrada, não anda nada mal. A escolha face à concorrência, decide-se nos detalhes… Preço da versão ensaiada (Euros): Tekna, 36.100€ Preço da versão base (Euros): N-Connecta, 33.700€

Mais

Consumo Conforto Sistema híbrido em meio urbano Equipamento

Menos

Preço Espaço atrás bagageira Infoentretenimento ‘datado’

Ficha técnica

Motor , 4 cilindros em linha Cilindrada 1.598 cc Potência máxima 143 cv / 105 kW (gasolina+elétrico) Tração dianteira Caixa de velocidades Automática de 4 velocidades Velocidade máxima 166 km/h Aceleração 0-100 km/h 10,1 s Consumo de combustível WLTP Combinado 5,1 l/100 km Velocidade baixa 5 l/100 km Velocidade média 4,4 l/100 km Velocidade elevada 4,5 l/100 km Velocidade muito elevada 6 l/100 km Emissões de CO₂ WLTP 115 gr/km Dimensões, peso, capacidades Comprimento 4.210 mm Largura 1.800 mm Altura 1.595 mm Peso 1.400 kg Depósito de gasolina 46 l Volume da bagageira Volume com uma fila de bancos disponível 1.237 litros Volume mínimo com duas filas de bancos disponíveis 354 litros Número de lugares sentados 5 Chassis Estrutura da suspensão dianteira Tipo McPherson Mola da suspensão dianteira Mola helicoidal Estrutura da suspensão traseira Elemento de torção tipo roda Suspensão traseira com mola Mola helicoidal Tipo de travões dianteiros Disco ventilado Tipo de travões traseiros Disco ventilado Pneus dianteiros 225/45 R19 96W Pneus traseiros 225/45 R19 96W  

Preço da versão ensaiada (Euros): 36.100€
Preço da versão base (Euros): 33.700€