Hyundai i30 N 2.0 TGDI – Ensaio Teste

By on 14 Agosto, 2023

Dar valor ao dinheiro! Num contexto em que se ouve cada vez falar mais de elétricos e do que é preciso fazer para ‘curar’ o planeta, é bom ainda podermos desfrutar de verdadeiro prazer de condução – não que alguns elétricos não o proporcionem, que fique bem entendido – que nos oferece este Hyundai i30 N 2.0 TGDI, um hatchback desportivo na linha de carros como o Volkswagen Golf GTI, Ford Focus ST, e noutro nível, o Honda Civic Type R. O apelo deste tipo de carros é sempre o mesmo: desempenho, muito prazer de condução, diversão garantida e neste caso específico o preço mais competitivo.

É o mais barato do ‘grupo’ de carros, inclusivamente se considerarmos o Toyota GR Yaris neste grupo (desde 45.370€)

Se o dinheiro não fosse problema, nem hesitava em dizer-lhe, compre o Honda Civic Type R, mas custa quase 70.000€ e este Hyundai custa-lhe a partir de 43.715€, se bem que esta versão ensaiada chega aos 50.000€. O VW Golf GTI, 50.973€, o Ford Focus ST X custa a partir de 51.950€, enquanto o Honda Civic Type R é outro campeonato, seja de prestações ou preço, pois custa à volta de 70.000€. Há uns meses foi posto à venda em Portugal, desapareceram num ápice…

Claramente, se está à procura de um ‘hot hatch’, este Hyundai i30 N é um automóvel a considerar fortemente. Que fique desde já claro: o seu argumento mais forte é a sólida relação qualidade/performance/preço.

Olhando para os carros de estrada da Hyundai, todos oferecem uma boa dinâmica de condução, tendo no entanto que se olhar para o ‘todo o filme’, incluindo o preço, claro, pois não têm coisas que verdadeiramente se destaquem da concorrência, especialmente se falarmos dos carros que mais vendem nas respetivas classes, mas neste caso do i30 N, há pontos muito interessantes pois os engenheiros da marca converteram o i30 ‘normal’ que também já testámos recentemente, num automóvel que oferece um grande prazer de condução. Este não é claramente um carro feito para o dia a dia, para nos levar do ponto A ao ponto B, mas sim para nos dar muita adrenalina.

Bom, mas se o ponto A for a estrada da Lagoa Azul, o ponto intermédio a Peninha, e o ponto B o troço de Sintra, já estamos a falar melhor. Só é pena que hoje em dia não se possa descer a Rampa da Pena…

O Hyundai i30 N 2.0 TGDI tem um motor potente, o 2.0 TGDi, de 280cv e 392 Nm, portanto mais potência e binário que o irmão mais velho, traz uma nova caixa de dupla embraiagem de 8 velocidades, e temos 5 modos de condução (Normal, Eco, Sport, N Mode e N Costum).

Se tivermos que resumir tudo isto, o Hyundai i30 N é um pequeno desportivo emocionante que oferece uma ótima relação custo-benefício.

Não é, como se sabe, o primeiro ‘N’ da marca coreana, mas nota-se que teve muita atenção dos engenheiros da marca, com imensos detalhes, notando-se claramente que o trabalho foi feito por verdadeiros entusiastas da condução.

Algo que, por exemplo, os conhecedores dos BMW ‘M’ já sabem há muito…

Testei o i30 ‘normal’, numa semana e logo a seguir o i30N. Imaginem o ‘choque’…

Há uma coisa que convém também já deixar claro: é um bocado ‘guloso’ demais, mas na verdade, “who cares?”

Exterior

7/10

Este Hyundai i30 N 2.0 TGDI é o “irmão que vai ao ginásio todos os dias” do Hyundai i30 normal. Com um kit de carroçaria agressivo, jantes de liga leve de 19 polegadas e um enorme sistema de escape de dupla saída, só falta mesmo o roll bar para podermos ir fazer um rali. Passe o exagero e fique a ideia…
A dianteira tem um novo design, bem como os faróis traseiros, as jantes de 19″ são mais leves e resistentes.
O spoiler traseiro com o ‘stop’ triangular fica bastante bem, toda a zona do duplo escape está bem inserida no para choques traseiro, o formato da grelha e das várias entradas de ar tornam a ‘cara’ do i30 bem gira, o ‘N’ na grelha diz bem ao que vimos.

Interior

7/10

Os bancos desportivos, estilo baquet, são excelentes ainda mais quando se anda um pouco mais depressa. Para o que precisamos de fazer com o carro, a bacquet “cai que nem ginga”- O design central do i30 permanece o mesmo com alguns óbvios detalhes como o logótipo N no painel de instrumentos.
Temos um ecrã de infoentretenimento de 10 polegadas no centro do painel de instrumentos, sendo que até pode ‘cronometrar’ percursos, ou até um medidor de forças G.
Os instrumentos do i30N são maioritariamente analógicos. Nos bancos traseiros também se pode viajar confortável, mas se o condutor ‘meter’ o modo diversão, as coisas mudam.
Há menos espaço nos bancos traseiros por causa dos maiores bancos dianteiros.
O espaço da bagageira é menor que no i30 normal, 381 litros, face aos 395 do hatchback normal. Tem vários espaços de arrumação, dá sempre jeito levar água, pois pode suar um pouco com a condução.

Equipamento

7/10

O carro está bem equipado, especialmente com detalhes que destacam a veia desportiva.
Aqui fica um resumo. No caso dos bancos, o do condutor e passageiro são reguláveis em altura, e têm estofos em Alcântara
Quanto ao conforto, temos controlo climático automático de duas zonas com filtro de ar, saída de ar inferior da 2ª fila de bancos, quanto à ecoeficiência, temos o sistema automático de paragem/arranque do motor “Stop & Go, no exterior, destaque para os tubos de escape duplos e cromados, no interior o volante desportivo é revestido a couro microperfurado, pedais desportivos em alumínio, quanto à multimédia, rádio digital e ecrã tátil de 10.7 polegadas, câmara de visão traseira com guias ativos e em termos de segurança, airbag do condutor, laterais dianteiros e de cortina e ainda para os joelhos do condutor. Diferencial de deslizamento mecânico e suspensão desportiva.

Consumos

7/10

A relação preço/consumo é boa! Brincadeiras à parte, não é excessivo o consumo do Hyundai i30 N 2.0 TGDI, embora seja, naturalmente, alto. Para um carro deste tipo, consumos combinados de 9,2 l/100 km, quando rodamos em cidade é mau, (13,1 l/100 km) mas o carro não foi feito para isso, já a velocidade média gasta uns simpáticos 8,5 l/100 km, a uma velocidade alta mas constante, 7,6 l/100 km e se pisarmos o acelerador a fundo, 8,8 l/100 km, o que prova ser um carro desportivo que não sacrifica demasiado o consumo. Tendo em conta a diversão, o Hyundai i30 N 2.0 TGDI não lhe vai dar custos excessivos com o consumo.

Ao Volante

8/10

Este carro foi bem trabalhado para proporcionar muita diversão ao volante. O ruído envolvente é algo que ainda podemos desfrutar, enquanto podemos, o chassis é envolvente, a direção boa, não é um portento de potência, mas é um bom ‘hot hatch’.
Por outro lado, também é, no seu contexto, confortável, portanto também não é desajustado para a utilização no dia a dia.
Mas este carro tem de ser avaliado na direta proporcionalidade da diversão que proporciona e a esse nível é muito bom. É um carro pequeno, leve e a suspensão desportiva contribui muito para a diversão.
Tinha algumas dúvidas com a nova caixa de velocidades, a transmissão N DCT de 8 velocidades de dupla embraiagem, mas esta que proporciona uma excelente aceleração e permite ao automóvel, por exemplo, passar dos 80 aos 120 km/h em 3,3 segundos bem mais rápido que a caixa manual.
A curva de potência é bastante linear, temos sempre muito binário a baixas rotações e isto assegura-nos respostas bem rápidas e melhor aceleração, e a N DCT também nos permite mudar de velocidade manualmente com a alavanca ou com as patilhas montadas no volante, sempre que nós quisermos sobrepor ao modo em que guiamos.
Com esta N DCT, temos ainda três novas funcionalidades que otimizam o desempenho do i30 N , o N Grin Shift, N Power Shift e N Track Sense Shift.
O N Grin Shift dá-nos toda a potência disponível do i30 N durante 20 segundos, uma espécie de Power Boost. Com binário e aceleração máximos, esta função altera temporariamente a lógica das mudanças, reduzindo para a mudança mais baixa possível durante o máximo de tempo possível de modo a aumentar as rotações ao máximo.
Com o N Power Shift temos uma sensação de impulso com a função ativada quando o acelerador está a mais de 90%, minimizando qualquer redução de binário nas mudanças superiores de modo a fornecer a máxima potência às rodas.
Por fim o N Track Sense Shift, que se ativa quando deteta condições de estrada semelhantes às de uma pista, escolhendo a mudança perfeita para um desempenho ótimo, para que nos possamos concentrar apenas na direção.
Na verdade, este carro não foi feito para a cidade, nem para a autoestrada. Em cidade, temos que manter o modo de condução mais suave, com a suspensão eletronicamente ajustável no seu estado mais relaxado. Mas vai continuar a sentir desconforto, o i30N não é suave na cidade, mesmo com o modo Comfort, a direção é bastante pesada.
Na autoestrada, partindo de princípio que não é um piloto de ralis, pode desfrutar de toda a sua potência e aceleração sem grandes preocupações, mas é em estradas sinuosas que este carro está no seu ambiente natural.
Sempre gostei de levar carros mais rápidos para a Lagoa Azul, Peninha a Sintra, pois no primeiro, a Lagoa Azul, medimos a potência e aceleração e as curvas longas em que o i30 N se prende à estrada mais parecendo um comboio sobre carris. Depois, na Peninha, torna-se muito importante o diferencial eletrónico inteligente para ajudar a encontrar aderência, com os constantes ‘saltos’ devido ao mau piso de boa parte daquela estrada. Aqui o carro afigura-se muito divertido permitindo uma condução rápida mas segura, pois a direção é muito precisa, e depois no troço de Sintra ‘prova-se’ o chassis, com as constantes mudanças de direção, muitas delas consecutivas, a média velocidade, devido à sinuosidade da estrada. Aqui, se não houver trânsito, a diversão é à séria. O modo Sport nestes três troços dá-nos diversão a sério.
Este carro não tem performances de excelência, como por exemplo um Honda Civic Type R, mas isso até joga a seu favor porque o comum dos mortais não é fácil ter mãos para explorar o Type R, mas pode divertir-se à grande com este i30 N, porque possibilita chegarmos mais perto dos seus limites sem grandes problemas. E mesmo assim, provavelmente, atingimos bem mais depressa os nossos limites que os do carro.
O i30N não é um carro que lhe ‘devolva’ grandes surpresas, e embora tenha de ‘aprender’ passo a passo, depressa pode começar a explorar um pouco mais onde a estabilidade do chassis começa a perder-se. Seja como for, dá bastante feedback, quer seja pela direção ou no corpo, pois o banco permite-lhe ‘sentir’ bem a dinâmica do carro e isso vai dar-lhe confiança mais rapidamente. É um carro mesmo muito divertido de guiar…

Motor

8/10

O Hyundai i30 N está equipado com um novo motor quatro cilindros turbo de 2,0 litros, 2.0 TGDi de 280cv e 392 Nm, uma nova caixa de dupla embraiagem de 8 velocidades, Launch Control. Nesta versão com mais potência e binário, este motor é um forte argumento para que o I30 N se insira bem no mercado dos ‘hot hatch’, ou desportivos compactos.

Balanço Final

7/10

A versão anterior já era bem interessante, e este modelo corrige detalhes. O carro não mudou na sua essência, continua a ser um pequeno desportivo que oferece um grande prazer de condução, tudo o que mudou foi muito mais de pormenor e ‘fine tuning’ de aspetos que, provavelmente, a marca foi ouvindo ao longo dos anos, colocou no seu ‘to-do-list’ e corrigiu. Mais potência, mais binário, a caixa de dupla embraiagem, uma suspensão mais bem ‘afinada’, tudo isto com um detalhe importante: a Hyundai manteve o preço bem abaixo dos concorrentes diretos. Se houver algo para destacar, o comportamento dinâmico do carro, e a sua facilidade de condução.

Preço da versão ensaiada: 52.290€
Preço com Campanha de Financiamento Cetelem: 49.790€
Preço da versão base (Euros): 43.715€

Concorrentes

O Hyundai i30 N 2.0 TGDI custa a partir de 43.715€, o VW Golf GTI, 50.973€, o Ford Focus ST X custa a partir de 51.950€, enquanto o Honda Civic Type R é outro campeonato, seja de prestações ou preço, pois custa à volta de 70.000€. Há outros que podem ser alternativas ao Hyundai i30 N, mas em níveis diferentes. Por exemplo o Peugeot 308 GTI, SEAT Leon Cupra, Audi S3, BMW M140i, Mercedes-AMG A35. Há várias opções disponíveis no mercado sendo que muito dependerá das suas necessidades e preferências individuais. Se estiver disposto a gastar o mínimo possível, o Hyundai é a melhor alternativa. Há outros com maior desempenho, com outro estilo e características, que gastam menos, mas relação qualidade/preço, o Hyundai é quase imbatível…

Ficha Técnica

Ficha Técnica
Motor/Transmissão
Motor de combustão 4 cilindros em linha
Injeção de combustível Injeção direta. Turbo. Intercooler
Capacidade do cilindro 1.998 cm³
Potência máxima 280 cv / 206 kW
Rotações de potência máxima 5.500 – 6.000 rpm
Binário máximo 392 Nm
Binário máximo às 2.100 – 4.700 rpm
Paragem/arranque automático do motor (“Stop/Start”) Sim
Tração dianteira
Caixa de velocidades automática 8 velocidades

Prestações e consumos
Velocidade máxima 250 km/h
Aceleração 0-100 km/h 5,4 s
Consumo de combustível WLTP
Combinado 8,4 l/100 km
Velocidade baixa 12,9 l/100 km
Velocidade média 7,9 l/100 km
Velocidade elevada 7,1 l/100 km
Velocidade muito alta 8,1 l/100 km
Emissões de CO₂ WLTP 191 g/km

Chassis
Número de portas 5
Comprimento 4.340 mm
Largura 1795 mm
Altura 1445 mm
Peso 1.530 kg
Depósito de combustível Gasolina 50 l
Volume da bagageira
Volume com uma fila de bancos disponível 1.287 litros
Volume mínimo com duas filas de bancos disponíveis 381 litros
Estrutura da suspensão dianteira Tipo McPherson
Mola da suspensão dianteira Mola helicoidal
Estrutura da suspensão traseira Paralelogramo deformável
Mola da suspensão traseira Mola helicoidal
Barra estabilizadora dianteira Sim
Barra estabilizadora traseira Sim
Travões dianteiros Disco ventilado 360 mm
Tipo de travão traseiro Disco traseiro 314 mm
Direção assistência Eléctrica

Mais/Menos


Mais

Comportamento
Bom prazer de condução
Som dos escapes
Preço competitivo

Menos

Conforto
Bagageira
Consumo

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 52.290€

Preço da versão base (Euros): 43.715€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Este Hyundai i30 N 2.0 TGDI é o “irmão que vai ao ginásio todos os dias” do Hyundai i30 normal. Com um kit de carroçaria agressivo, jantes de liga leve de 19 polegadas e um enorme sistema de escape de dupla saída, só falta mesmo o roll bar para podermos ir fazer um rali. Passe o exagero e fique a ideia…
A dianteira tem um novo design, bem como os faróis traseiros, as jantes de 19″ são mais leves e resistentes.
O spoiler traseiro com o ‘stop’ triangular fica bastante bem, toda a zona do duplo escape está bem inserida no para choques traseiro, o formato da grelha e das várias entradas de ar tornam a ‘cara’ do i30 bem gira, o ‘N’ na grelha diz bem ao que vimos.

Interior

Os bancos desportivos, estilo baquet, são excelentes ainda mais quando se anda um pouco mais depressa. Para o que precisamos de fazer com o carro, a bacquet “cai que nem ginga”- O design central do i30 permanece o mesmo com alguns óbvios detalhes como o logótipo N no painel de instrumentos.
Temos um ecrã de infoentretenimento de 10 polegadas no centro do painel de instrumentos, sendo que até pode ‘cronometrar’ percursos, ou até um medidor de forças G.
Os instrumentos do i30N são maioritariamente analógicos. Nos bancos traseiros também se pode viajar confortável, mas se o condutor ‘meter’ o modo diversão, as coisas mudam.
Há menos espaço nos bancos traseiros por causa dos maiores bancos dianteiros.
O espaço da bagageira é menor que no i30 normal, 381 litros, face aos 395 do hatchback normal. Tem vários espaços de arrumação, dá sempre jeito levar água, pois pode suar um pouco com a condução.

Equipamento

O carro está bem equipado, especialmente com detalhes que destacam a veia desportiva.
Aqui fica um resumo. No caso dos bancos, o do condutor e passageiro são reguláveis em altura, e têm estofos em Alcântara
Quanto ao conforto, temos controlo climático automático de duas zonas com filtro de ar, saída de ar inferior da 2ª fila de bancos, quanto à ecoeficiência, temos o sistema automático de paragem/arranque do motor “Stop & Go, no exterior, destaque para os tubos de escape duplos e cromados, no interior o volante desportivo é revestido a couro microperfurado, pedais desportivos em alumínio, quanto à multimédia, rádio digital e ecrã tátil de 10.7 polegadas, câmara de visão traseira com guias ativos e em termos de segurança, airbag do condutor, laterais dianteiros e de cortina e ainda para os joelhos do condutor. Diferencial de deslizamento mecânico e suspensão desportiva.

Consumos

A relação preço/consumo é boa! Brincadeiras à parte, não é excessivo o consumo do Hyundai i30 N 2.0 TGDI, embora seja, naturalmente, alto. Para um carro deste tipo, consumos combinados de 9,2 l/100 km, quando rodamos em cidade é mau, (13,1 l/100 km) mas o carro não foi feito para isso, já a velocidade média gasta uns simpáticos 8,5 l/100 km, a uma velocidade alta mas constante, 7,6 l/100 km e se pisarmos o acelerador a fundo, 8,8 l/100 km, o que prova ser um carro desportivo que não sacrifica demasiado o consumo. Tendo em conta a diversão, o Hyundai i30 N 2.0 TGDI não lhe vai dar custos excessivos com o consumo.

Ao volante

Este carro foi bem trabalhado para proporcionar muita diversão ao volante. O ruído envolvente é algo que ainda podemos desfrutar, enquanto podemos, o chassis é envolvente, a direção boa, não é um portento de potência, mas é um bom ‘hot hatch’.
Por outro lado, também é, no seu contexto, confortável, portanto também não é desajustado para a utilização no dia a dia.
Mas este carro tem de ser avaliado na direta proporcionalidade da diversão que proporciona e a esse nível é muito bom. É um carro pequeno, leve e a suspensão desportiva contribui muito para a diversão.
Tinha algumas dúvidas com a nova caixa de velocidades, a transmissão N DCT de 8 velocidades de dupla embraiagem, mas esta que proporciona uma excelente aceleração e permite ao automóvel, por exemplo, passar dos 80 aos 120 km/h em 3,3 segundos bem mais rápido que a caixa manual.
A curva de potência é bastante linear, temos sempre muito binário a baixas rotações e isto assegura-nos respostas bem rápidas e melhor aceleração, e a N DCT também nos permite mudar de velocidade manualmente com a alavanca ou com as patilhas montadas no volante, sempre que nós quisermos sobrepor ao modo em que guiamos.
Com esta N DCT, temos ainda três novas funcionalidades que otimizam o desempenho do i30 N , o N Grin Shift, N Power Shift e N Track Sense Shift.
O N Grin Shift dá-nos toda a potência disponível do i30 N durante 20 segundos, uma espécie de Power Boost. Com binário e aceleração máximos, esta função altera temporariamente a lógica das mudanças, reduzindo para a mudança mais baixa possível durante o máximo de tempo possível de modo a aumentar as rotações ao máximo.
Com o N Power Shift temos uma sensação de impulso com a função ativada quando o acelerador está a mais de 90%, minimizando qualquer redução de binário nas mudanças superiores de modo a fornecer a máxima potência às rodas.
Por fim o N Track Sense Shift, que se ativa quando deteta condições de estrada semelhantes às de uma pista, escolhendo a mudança perfeita para um desempenho ótimo, para que nos possamos concentrar apenas na direção.
Na verdade, este carro não foi feito para a cidade, nem para a autoestrada. Em cidade, temos que manter o modo de condução mais suave, com a suspensão eletronicamente ajustável no seu estado mais relaxado. Mas vai continuar a sentir desconforto, o i30N não é suave na cidade, mesmo com o modo Comfort, a direção é bastante pesada.
Na autoestrada, partindo de princípio que não é um piloto de ralis, pode desfrutar de toda a sua potência e aceleração sem grandes preocupações, mas é em estradas sinuosas que este carro está no seu ambiente natural.
Sempre gostei de levar carros mais rápidos para a Lagoa Azul, Peninha a Sintra, pois no primeiro, a Lagoa Azul, medimos a potência e aceleração e as curvas longas em que o i30 N se prende à estrada mais parecendo um comboio sobre carris. Depois, na Peninha, torna-se muito importante o diferencial eletrónico inteligente para ajudar a encontrar aderência, com os constantes ‘saltos’ devido ao mau piso de boa parte daquela estrada. Aqui o carro afigura-se muito divertido permitindo uma condução rápida mas segura, pois a direção é muito precisa, e depois no troço de Sintra ‘prova-se’ o chassis, com as constantes mudanças de direção, muitas delas consecutivas, a média velocidade, devido à sinuosidade da estrada. Aqui, se não houver trânsito, a diversão é à séria. O modo Sport nestes três troços dá-nos diversão a sério.
Este carro não tem performances de excelência, como por exemplo um Honda Civic Type R, mas isso até joga a seu favor porque o comum dos mortais não é fácil ter mãos para explorar o Type R, mas pode divertir-se à grande com este i30 N, porque possibilita chegarmos mais perto dos seus limites sem grandes problemas. E mesmo assim, provavelmente, atingimos bem mais depressa os nossos limites que os do carro.
O i30N não é um carro que lhe ‘devolva’ grandes surpresas, e embora tenha de ‘aprender’ passo a passo, depressa pode começar a explorar um pouco mais onde a estabilidade do chassis começa a perder-se. Seja como for, dá bastante feedback, quer seja pela direção ou no corpo, pois o banco permite-lhe ‘sentir’ bem a dinâmica do carro e isso vai dar-lhe confiança mais rapidamente. É um carro mesmo muito divertido de guiar…

Concorrentes

O Hyundai i30 N 2.0 TGDI custa a partir de 43.715€, o VW Golf GTI, 50.973€, o Ford Focus ST X custa a partir de 51.950€, enquanto o Honda Civic Type R é outro campeonato, seja de prestações ou preço, pois custa à volta de 70.000€. Há outros que podem ser alternativas ao Hyundai i30 N, mas em níveis diferentes. Por exemplo o Peugeot 308 GTI, SEAT Leon Cupra, Audi S3, BMW M140i, Mercedes-AMG A35. Há várias opções disponíveis no mercado sendo que muito dependerá das suas necessidades e preferências individuais. Se estiver disposto a gastar o mínimo possível, o Hyundai é a melhor alternativa. Há outros com maior desempenho, com outro estilo e características, que gastam menos, mas relação qualidade/preço, o Hyundai é quase imbatível…

Motor

O Hyundai i30 N está equipado com um novo motor quatro cilindros turbo de 2,0 litros, 2.0 TGDi de 280cv e 392 Nm, uma nova caixa de dupla embraiagem de 8 velocidades, Launch Control. Nesta versão com mais potência e binário, este motor é um forte argumento para que o I30 N se insira bem no mercado dos ‘hot hatch’, ou desportivos compactos.

Balanço final

A versão anterior já era bem interessante, e este modelo corrige detalhes. O carro não mudou na sua essência, continua a ser um pequeno desportivo que oferece um grande prazer de condução, tudo o que mudou foi muito mais de pormenor e ‘fine tuning’ de aspetos que, provavelmente, a marca foi ouvindo ao longo dos anos, colocou no seu ‘to-do-list’ e corrigiu. Mais potência, mais binário, a caixa de dupla embraiagem, uma suspensão mais bem ‘afinada’, tudo isto com um detalhe importante: a Hyundai manteve o preço bem abaixo dos concorrentes diretos. Se houver algo para destacar, o comportamento dinâmico do carro, e a sua facilidade de condução.

Preço da versão ensaiada: 52.290€
Preço com Campanha de Financiamento Cetelem: 49.790€
Preço da versão base (Euros): 43.715€

Mais

Comportamento
Bom prazer de condução
Som dos escapes
Preço competitivo

Menos

Conforto
Bagageira
Consumo

Ficha técnica

Ficha Técnica
Motor/Transmissão
Motor de combustão 4 cilindros em linha
Injeção de combustível Injeção direta. Turbo. Intercooler
Capacidade do cilindro 1.998 cm³
Potência máxima 280 cv / 206 kW
Rotações de potência máxima 5.500 – 6.000 rpm
Binário máximo 392 Nm
Binário máximo às 2.100 – 4.700 rpm
Paragem/arranque automático do motor (“Stop/Start”) Sim
Tração dianteira
Caixa de velocidades automática 8 velocidades

Prestações e consumos
Velocidade máxima 250 km/h
Aceleração 0-100 km/h 5,4 s
Consumo de combustível WLTP
Combinado 8,4 l/100 km
Velocidade baixa 12,9 l/100 km
Velocidade média 7,9 l/100 km
Velocidade elevada 7,1 l/100 km
Velocidade muito alta 8,1 l/100 km
Emissões de CO₂ WLTP 191 g/km

Chassis
Número de portas 5
Comprimento 4.340 mm
Largura 1795 mm
Altura 1445 mm
Peso 1.530 kg
Depósito de combustível Gasolina 50 l
Volume da bagageira
Volume com uma fila de bancos disponível 1.287 litros
Volume mínimo com duas filas de bancos disponíveis 381 litros
Estrutura da suspensão dianteira Tipo McPherson
Mola da suspensão dianteira Mola helicoidal
Estrutura da suspensão traseira Paralelogramo deformável
Mola da suspensão traseira Mola helicoidal
Barra estabilizadora dianteira Sim
Barra estabilizadora traseira Sim
Travões dianteiros Disco ventilado 360 mm
Tipo de travão traseiro Disco traseiro 314 mm
Direção assistência Eléctrica

Preço da versão ensaiada (Euros): 52.290€
Preço da versão base (Euros): 43.715€