Dacia Spring Extreme – Ensaio Teste

By on 17 Janeiro, 2024

Mobilidade elétrica acessível. É um termo que cada vez mais é referido, mas cujos exemplos práticos demoram a chegar. Mas a Dacia não costuma desiludir quando o assunto é a melhor relação qualidade / preço. E o Spring tem-se tornado num sucesso por permitir às pessoas que pretendem um carro pequeno para as suas deslocações diárias, possam ter uma opção 100% elétrica, sem ter de desembolsar uma quantidade absurda de dinheiro.

O pequeno carro da Dacia tem convencido cada vez mais condutores e neste ensaio fomos procurar os motivos do seu sucesso, usando para isso a versão Extreme de 65CV, o topo de gama deste modelo da marca checa.


Mais:

Agilidade

Divertido

Preço

 

Menos:

Espaço no banco traseiro

Materiais do interior

Posição de condução

Exterior

7/10

O  Spring é quase uma viagem nostálgica ao passado, com um toque de modernidade. Uma viagem a um tempo em que os carros pequenos eram, de facto, pequenos. Em que as famosas “latas” pequenas eram uma das portas de entradas mais usadas pelos jovens ao mundo da condução e da mobilidade. O Spring, com as suas dimensões reduzidas, traz de volta esse espírito que está praticamente perdido. Com o comprimento de 3734 mm e largura de 1579 mm, o Spring é quase uma miniatura, no meio do trânsito, constituído hoje em dia pela enorme “frota” de SUV que vai crescendo a cada dia. 

As linhas não são propriamente um espanto e não é, de todo, o carro mais bonito do mercado. Mas as linhas são marcadamente Dacia, apesar de não se assemelhar a nenhum dos “irmãos” mais velhos. 

Interior

6/10

No interior não há dúvida nenhuma que nos encontramos no “universo” Dacia, com linhas bem conhecidas dos seus restantes modelos, especialmente o volante e a consola central com o ecrã de infotainment. Apesar das dimensões, o espaço para os passageiros nos bancos da frente é até generoso, com bancos que não são uma referência no conforto, mas que não são de todo desagradáveis, claramente pensados para deslocações curtas. 

Atrás, o espaço é bem menor e dois adultos não terão uma experiência de conforto digna de nota, com o espaço para as pernas a ficar comprometido. O volume disponível na bagageira surpreende pela positiva, dado o espaço total do carro, com uns assinaláveis 270 L. 

Equipamento

6/10

Quanto ao equipamento, a Dacia costuma dar “apenas” o que os condutores realmente precisam, numa forma muito inteligente de cortar aos custos do carro. Se os condutores nem sempre se interessam pelos últimos gadgets. Assim a lista é habitualmente menos recheada que noutras propostas, mas mais que suficiente para enfrentar o dia a dia. No Spring, a lista fica um pouco mais reduzida. 

Contamos com, Assistência à travagem de emergência, Sistema de travagem de emergência ativa, Controlo eletrónico de estabilidade + Sistema de ajuda ao

arranque em subida, limitador de velocidade, computador de bordo, Faróis diurnos, Câmara de marcha-atrás, retrovisores exteriores com regulação elétrica, o Sistema de controlo de pressão dos pneus, sensor de luminosidade, Sistema multimédia MEDIA NAV 7″, chamada de emergência (E-Call) e GPS. Não é propriamente uma lista espantosa, mas tem, ainda assim, o suficiente para sobreviver em viagens de curta duração.

O ecrã do infotainment é, à imagem do que a Dacia fornece nos seus veículos, muito simples e pouco sofisticado, servindo para as “encomendas”, isto para condutores pouco exigentes neste capítulo. O computador de bordo também é simples, com dois mostradores que indicam o nível de carga da bateria e a potência usada a cada momento.  

Consumos

8/10

Começamos o teste com a bateria com 98% de carga e uma autonomia estimada de 210 km. No final do teste, com 44% de bateria, ainda tínhamos autonomia para 86km. Em 93km percorridos gastamos  54% da carga. Contas por alto, com o tipo de utilização feita (claramente pouco poupada) com uma carga completa, conseguiríamos 173km percorridos (a rondar os 14kWh/100km). Mas tendo em conta que abusamos algumas vezes do acelerador, é provável que esse valor possa ser mais simpático com uma condução mais económica.

Ao Volante

6/10

Quando olhamos de perto para o Spring, não pudemos deixar de pensar no desafio de ir para o trânsito do IC19, com um veículo pequeno e aparentemente frágil. Mas ao volante, a sensação de “pequenez” e fragilidade desaparece. O carro é robusto o suficiente e as suas dimensões fazem dele um companheiro de viagem ágil e despachado em ambiente de cidade. 

A posição de condução não é a melhor e a coluna de direção não permite ajustes pelo que se está habituado a uma posição de condução à sua medida, vai estranhar um pouco nos primeiros momentos. E depois vem o elemento central da experiência de condução. O adornar de carroçaria nas curvas. A primeira sensação de “queda” pode surpreender, mas rapidamente entendemos que o Spring é mesmo assim. Os pneus pequenos também fazem do Spring um carro que dá sensações ao volante algo diferente do que estamos habituados agora. Está a milhas de ter um caráter desportivo, mas é despachado muito graças à leveza do conjunto (1050kg) que lhe confere uma agilidade, alíada à resposta imediata do motor elétrico. Nos desafios da vida citadina, o Spring está mais que capacitado para resolver a maioria dos problemas que vai encontrar. As irregularidades da estrada são bem absorvidas. 

É um carro divertido de conduzir. A forma como reage às curvas e aos movimentos do volante acaba por nos deixar um sorriso nos lábios, e quando “apertamos” mais pelo Spring, esse divertimento acaba por ser ainda maior. É no fundo a essência do Spring. Num mundo cada vez mais complexo, a simplicidade de um carro pensado para ser barato acaba por conquistar e divertir.

 

Motor

7/10

Com uma bateria com 26,8 kWh de capacidade e potência de 65 CV (48 kW), o motor elétrico do Spring tem um binário máximo de 113 Nm. Para um carro destas dimensões e para o fim pretendido, chega e sobra. Esta versão tem mais 20CV que as versões Cargo e Essential e com isso o preço também sobe. 

Balanço Final

7/10

O Spring terá sido primeira verdadeira tentativa de democratizar a mobilidade elétrica. Num mundo que ainda é demasiado caro para a maioria das carteiras, o Spring foi pensado para viagens mais curtas, para o dia a dia na cidade, com a sua tremenda agilidade, com consumos interessantes e com o seu pequeno tamanho. Vai apelar a um público muito específico, mas cada vez mais numeroso,  cansado da falta de espaço na vida da cidade e com preocupação ecológica. O Spring abre essa porta de forma acessível, mas é um carro que fica nos 20 mil euros, na sua versão mais barata. A versão Extreme ensaiada ronda os 25 mil. E é ainda um valor considerável para um carro novo, com as limitações que tem. O Spring cumpre na íntegra o que promete, é um carro honesto, que não tenta ser mais do que realmente é. A sua simplicidade chega a ser divertida e acrescenta ao caráter do carro. Mas o problema do preço, transversal ao mercado automóvel nacional, faz pensar. Para um carro elétrico, continua muito barato, mas podemos estar a ver o fim deste reinado, com as grandes marcas a quererem apresentar propostas a rondar os 20 mil euros, onde está o Spring, e talvez com mais argumentos. No entanto, o balanço é positivo e se realmente pretende no imediato um carro elétrico para as deslocações curtas do dia a dia, o Spring pode ser uma boa solução.

Concorrentes

Não há concorrência para o Spring, sendo um carro muito específico. 

Ficha Técnica

 

Opções:

 

Cabo ocasional standard 10A (apenas compatível com tomadas domésticas)

Carregador carga rápida DC 30 KW

Pneu sobressalente

 

Equipamento de Série:

 

Segurança:

Assistência à travagem de emergência

Sistema de travagem de emergência ativa

Controlo eletrónico de estabilidade + Sistema de ajuda ao arranque em subida  (ESP+HSA)

 

Condução

Limitador de velocidade

Computador de bordo

Faróis diurnos

Câmara de marcha-atrás

Retrovisores exteriores com regulação elétrica

Modo ECO

Sistema de controlo de pressão dos pneus

Sensor de luminosidade

Sistema multimédia MEDIA NAV 7″

Chamada de emergência (E-Call)

Cartografia Europa Ocidental

Climatização

Ar condicionado manual

 

Conforto

Elevadores eléctricos dos vidros dianteiro

Elevadores elétricos dos vidros traseiros

Apoios de cabeça laterais traseirosFICHA TÉCNICA DACIA SPRING

 

Performances

Velocidade máxima (Km/h): 125

Aceleração 0-100 Km/h (s): 13.7

Autonomia: até 220km

 

Travagem

Travagem traseira: Tambores

Travagem dianteira: Tambores

Pneus

Referência: 165/70 R14

 

Dimensões

Comprimento total (mm): 3734

Largura exterior (mm): 1579

Altura ao solo (mm): 151

Volume mínimo da bagageira (dm3): 270

Volume máximo da bagageira (dm3): 820

Mais/Menos


Mais

Agilidade

Divertido

Preço

 

Menos

Espaço no banco traseiro

Materiais do interior

Posição de condução

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 25.100€

Preço da versão base (Euros): 22.050€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

O  Spring é quase uma viagem nostálgica ao passado, com um toque de modernidade. Uma viagem a um tempo em que os carros pequenos eram, de facto, pequenos. Em que as famosas “latas” pequenas eram uma das portas de entradas mais usadas pelos jovens ao mundo da condução e da mobilidade. O Spring, com as suas dimensões reduzidas, traz de volta esse espírito que está praticamente perdido. Com o comprimento de 3734 mm e largura de 1579 mm, o Spring é quase uma miniatura, no meio do trânsito, constituído hoje em dia pela enorme “frota” de SUV que vai crescendo a cada dia. 

As linhas não são propriamente um espanto e não é, de todo, o carro mais bonito do mercado. Mas as linhas são marcadamente Dacia, apesar de não se assemelhar a nenhum dos “irmãos” mais velhos. 

Interior

No interior não há dúvida nenhuma que nos encontramos no “universo” Dacia, com linhas bem conhecidas dos seus restantes modelos, especialmente o volante e a consola central com o ecrã de infotainment. Apesar das dimensões, o espaço para os passageiros nos bancos da frente é até generoso, com bancos que não são uma referência no conforto, mas que não são de todo desagradáveis, claramente pensados para deslocações curtas. 

Atrás, o espaço é bem menor e dois adultos não terão uma experiência de conforto digna de nota, com o espaço para as pernas a ficar comprometido. O volume disponível na bagageira surpreende pela positiva, dado o espaço total do carro, com uns assinaláveis 270 L. 

Equipamento

Quanto ao equipamento, a Dacia costuma dar “apenas” o que os condutores realmente precisam, numa forma muito inteligente de cortar aos custos do carro. Se os condutores nem sempre se interessam pelos últimos gadgets. Assim a lista é habitualmente menos recheada que noutras propostas, mas mais que suficiente para enfrentar o dia a dia. No Spring, a lista fica um pouco mais reduzida. 

Contamos com, Assistência à travagem de emergência, Sistema de travagem de emergência ativa, Controlo eletrónico de estabilidade + Sistema de ajuda ao

arranque em subida, limitador de velocidade, computador de bordo, Faróis diurnos, Câmara de marcha-atrás, retrovisores exteriores com regulação elétrica, o Sistema de controlo de pressão dos pneus, sensor de luminosidade, Sistema multimédia MEDIA NAV 7″, chamada de emergência (E-Call) e GPS. Não é propriamente uma lista espantosa, mas tem, ainda assim, o suficiente para sobreviver em viagens de curta duração.

O ecrã do infotainment é, à imagem do que a Dacia fornece nos seus veículos, muito simples e pouco sofisticado, servindo para as “encomendas”, isto para condutores pouco exigentes neste capítulo. O computador de bordo também é simples, com dois mostradores que indicam o nível de carga da bateria e a potência usada a cada momento.  

Consumos

Começamos o teste com a bateria com 98% de carga e uma autonomia estimada de 210 km. No final do teste, com 44% de bateria, ainda tínhamos autonomia para 86km. Em 93km percorridos gastamos  54% da carga. Contas por alto, com o tipo de utilização feita (claramente pouco poupada) com uma carga completa, conseguiríamos 173km percorridos (a rondar os 14kWh/100km). Mas tendo em conta que abusamos algumas vezes do acelerador, é provável que esse valor possa ser mais simpático com uma condução mais económica.

Ao volante

Quando olhamos de perto para o Spring, não pudemos deixar de pensar no desafio de ir para o trânsito do IC19, com um veículo pequeno e aparentemente frágil. Mas ao volante, a sensação de “pequenez” e fragilidade desaparece. O carro é robusto o suficiente e as suas dimensões fazem dele um companheiro de viagem ágil e despachado em ambiente de cidade. 

A posição de condução não é a melhor e a coluna de direção não permite ajustes pelo que se está habituado a uma posição de condução à sua medida, vai estranhar um pouco nos primeiros momentos. E depois vem o elemento central da experiência de condução. O adornar de carroçaria nas curvas. A primeira sensação de “queda” pode surpreender, mas rapidamente entendemos que o Spring é mesmo assim. Os pneus pequenos também fazem do Spring um carro que dá sensações ao volante algo diferente do que estamos habituados agora. Está a milhas de ter um caráter desportivo, mas é despachado muito graças à leveza do conjunto (1050kg) que lhe confere uma agilidade, alíada à resposta imediata do motor elétrico. Nos desafios da vida citadina, o Spring está mais que capacitado para resolver a maioria dos problemas que vai encontrar. As irregularidades da estrada são bem absorvidas. 

É um carro divertido de conduzir. A forma como reage às curvas e aos movimentos do volante acaba por nos deixar um sorriso nos lábios, e quando “apertamos” mais pelo Spring, esse divertimento acaba por ser ainda maior. É no fundo a essência do Spring. Num mundo cada vez mais complexo, a simplicidade de um carro pensado para ser barato acaba por conquistar e divertir.

 

Concorrentes

Não há concorrência para o Spring, sendo um carro muito específico. 

Motor

Com uma bateria com 26,8 kWh de capacidade e potência de 65 CV (48 kW), o motor elétrico do Spring tem um binário máximo de 113 Nm. Para um carro destas dimensões e para o fim pretendido, chega e sobra. Esta versão tem mais 20CV que as versões Cargo e Essential e com isso o preço também sobe. 

Balanço final

O Spring terá sido primeira verdadeira tentativa de democratizar a mobilidade elétrica. Num mundo que ainda é demasiado caro para a maioria das carteiras, o Spring foi pensado para viagens mais curtas, para o dia a dia na cidade, com a sua tremenda agilidade, com consumos interessantes e com o seu pequeno tamanho. Vai apelar a um público muito específico, mas cada vez mais numeroso,  cansado da falta de espaço na vida da cidade e com preocupação ecológica. O Spring abre essa porta de forma acessível, mas é um carro que fica nos 20 mil euros, na sua versão mais barata. A versão Extreme ensaiada ronda os 25 mil. E é ainda um valor considerável para um carro novo, com as limitações que tem. O Spring cumpre na íntegra o que promete, é um carro honesto, que não tenta ser mais do que realmente é. A sua simplicidade chega a ser divertida e acrescenta ao caráter do carro. Mas o problema do preço, transversal ao mercado automóvel nacional, faz pensar. Para um carro elétrico, continua muito barato, mas podemos estar a ver o fim deste reinado, com as grandes marcas a quererem apresentar propostas a rondar os 20 mil euros, onde está o Spring, e talvez com mais argumentos. No entanto, o balanço é positivo e se realmente pretende no imediato um carro elétrico para as deslocações curtas do dia a dia, o Spring pode ser uma boa solução.

Mais

Agilidade

Divertido

Preço

 

Menos

Espaço no banco traseiro

Materiais do interior

Posição de condução

Ficha técnica

 

Opções:

 

Cabo ocasional standard 10A (apenas compatível com tomadas domésticas)

Carregador carga rápida DC 30 KW

Pneu sobressalente

 

Equipamento de Série:

 

Segurança:

Assistência à travagem de emergência

Sistema de travagem de emergência ativa

Controlo eletrónico de estabilidade + Sistema de ajuda ao arranque em subida  (ESP+HSA)

 

Condução

Limitador de velocidade

Computador de bordo

Faróis diurnos

Câmara de marcha-atrás

Retrovisores exteriores com regulação elétrica

Modo ECO

Sistema de controlo de pressão dos pneus

Sensor de luminosidade

Sistema multimédia MEDIA NAV 7″

Chamada de emergência (E-Call)

Cartografia Europa Ocidental

Climatização

Ar condicionado manual

 

Conforto

Elevadores eléctricos dos vidros dianteiro

Elevadores elétricos dos vidros traseiros

Apoios de cabeça laterais traseirosFICHA TÉCNICA DACIA SPRING

 

Performances

Velocidade máxima (Km/h): 125

Aceleração 0-100 Km/h (s): 13.7

Autonomia: até 220km

 

Travagem

Travagem traseira: Tambores

Travagem dianteira: Tambores

Pneus

Referência: 165/70 R14

 

Dimensões

Comprimento total (mm): 3734

Largura exterior (mm): 1579

Altura ao solo (mm): 151

Volume mínimo da bagageira (dm3): 270

Volume máximo da bagageira (dm3): 820

Preço da versão ensaiada (Euros): 25.100€
Preço da versão base (Euros): 22.050€