Dacia Duster Dci 115 – Ensaio Teste

By on 18 Junho, 2023

Num mundo de Fake News, filtros e exageros, uma boa dose de honestidade é sempre bem-vinda. E o Dacia Duster tem honestidade para dar e vender. Sem pretensões a ser mais do que é, o Duster mostra-se ao mundo sem vaidade, sem exageros. Olhando ao panorama atual do mundo automóvel, este é já um ponto a favor. Olhando mais ao pormenor, podemos constatar que Duster cresceu bem e tem agora outros argumentos. 

No mercado desde 2010 ao preço de um citadino, o Duster veio abanar o segmento dos SUV. Com mais de 2 milhões de unidades vendidas, desde 2019, o Duster tornou-se num dos mais vendidos do seu segmento e os argumentos que apresenta são agora mais fortes.

A Dacia começou a ser apenas uma proposta de carros a preço muito mais acessível, com veículos baseados em produtos anteriores do Grupo Renault. Essa falta de alma era visível nos primeiros Sanderos, que interessaram apenas a clientes que procuravam uma solução menos onerosa para o seu transporte. Mas o tempo tem feito bem à Dacia, de tal forma que apesar da honestidade acima referida, conseguem surpreender com argumentos que não seriam, à partida, expectáveis. A renovação da imagem da marca também ajudou e o restyling trouxe pontos positivos. 

Tenho de admitir que andava a “fugir” dos Dacia, por não apreciar o conceito e por desconfiar da fórmula. Mas a fuga terminou com o Duster, talvez o carro mais icónico da marca romena. Já me tinha sentado num Duster da geração anterior e não gostei do ambiente do carro, dos plásticos, talvez mais por preconceito, admito, faltando uma análise mais profunda. Mas com este contacto mais pormenorizado de cinco dias consegui entender o sucesso do Duster e perceber que esta nova geração é uma opção a ter em conta para quem pretende um SUV.


Mais:

Excelente relação Qualidade / Preço

Restyling trouxe pormenores com toque de modernidade

Oferece mais do que se espera

Menos:

Não tem elementos de segurança ativa que encontramos noutros veículos

Bancos algo duros para viagens mais longas.

Pormenores no sistema de infotainment podiam ser mais refinados.

Exterior

6/10

O Novo Duster adota as características da nova identidade visual da Dacia, vista, pela primeira vez, nos novos Sandero, Sandero Stepway e no Logan. Os novos faróis incluem luzes diurnas em Y, um novo formato que inspirou os relevos 3D na nova grelha cromada do radiador. O novo logótipo da Dacia dá um toque de modernidade, há muito exigido e que consegue o objetivo com muito sucesso. 

A iluminação sempre presente à frente (do tipo ECOLED) e atrás, encarna a nova assinatura de LED da Dacia. O Duster é o primeiro modelo da Dacia a ser equipado com indicadores de mudança de direção LED dianteiros. Esta tecnologia é também utilizada para os faróis de médios (com ativação automática de máximos de série) e para as luzes da placa de matrícula. Para além do menor consumo de eletricidade, os LED oferecem melhor iluminação, tanto de dia como de noite, proporcionando uma melhor visibilidade, tanto para o condutor como para outros utilizadores da estrada. 

 

Tendo uma generosa altura ao solo, apresenta características que podem fazer dele um “off roader” decente, mesmo nas versões de duas rodas motrizes. Da versão de quatro rodas motrizes já ouvimos histórias de Dusters que se aventuraram em trilhos pouco recomendáveis e que conseguiram sair de lá para contar a história (outros tiveram de ser rebocados é certo). Mas para o preço, é possível adquirir um SUV capaz, com uma altura ao solo que apesar de não ser espantosa, é suficiente:

 

  • Altura ao solo de 217 mm na versão 2WD e 214 mm na 4×4. 
  • Ângulo ventral de 21°. 
  • Ângulo de ataque 30°. 
  • Ângulo de saída de 34° na versão 2WD e 33° no 4×4. 

 

No geral, o Dacia mantém-se fiel à sua imagem e os retoques feitos foram pensados para dar um toque de modernidade. As formas primordiais do Duster mantêm-se intocadas, o que acrescenta à honestidade do conceito. Não é certamente o carro mais bonito do mundo, mas tem caráter próprio, o que é de salientar. Na versão ensaiada, a Journey, a cor Laranja Arizona, dá um toque de modernidade e de “coolness”, com as jantes de 17 polegadas com um desenho interessante e as barras de tejadilho cinzentas a dar um ar mais aventureiro. 

Interior

7/10

Os estofos dos bancos no Novo Duster são 100% novos. O tecido e o formato dos novos encostos de cabeça melhoram a ergonomia e são fáceis de manter. O perfil mais esguio destes melhora a visibilidade no habitáculo, tanto para os passageiros traseiros quando olham para a frente, como vice-versa.  

É um carro muito fácil de limpar dadas as características do habitáculo, feito para ser mais prático de visualmente apelativo. O primeiro impacto pode mostrar que entramos no mundo do plástico, mas a qualidade de construção é boa e os plásticos têm qualidade. Não há ruídos parasitas, mas esse teste é preferível fazer depois de alguns quilómetros, pois a idade poderá não ajudar. Mas fica a clara sensação que o interior é robusto. O novo restyling trouxe um toque de modernidade, com as saídas de ar com a forma do novo logótipo da marca. Pequenos pormenores que fazem a diferença e tornam o interiro mais bonito. O interior está pensado à moda dos novos modelos da Renault, com botões físicos por baixo do ecrã tátil. Um arranjo que, pessoalmente, agrada. Temos também um apoio de braços, que se desloca até 70 mm e que ajuda no conforto de condução.

O conforto dos bancos levantou-me algumas dúvidas, pois apesar de relativamente confortáveis, são algo duros, especialmente no banco traseiro, o que pode não ser um ponto positivo para viagens mais longas. 

Para os passageiros no banco traseiro, há espaço mais que suficiente para três pessoas. Aliás, o espaço é o ponto forte do Duster, com muito espaço de arrumação e com uma bagageira generosa, que se torna ainda maior com os bancos rebativeis, passando de 445 litros de capacidade para os 1623 litros com o banco traseiro rebatido.

Equipamento

8/10

O equipamento de série inclui o ecrã do computador de bordo, a ativação automática de máximos e um limitador de velocidade com controlos iluminados no volante. O ar condicionado automático com visor digital, cruise-control com comandos no volante. Como não há muitos menus para nos perdermos, encontramos facilmente a informação pretendida e os botões de acesso são fáceis de usar. Simples e eficiente.

Além do equipamento de áudio Dacia Plug & Play (rádio, MP3, USB e ligação Bluetooth), estão disponíveis dois novos sistemas multimédia: Media Display e Media Nav. O tablier inclui um novo ecrã tátil de 8”. O sistema de infotainment está longe de ser o mais rico e o mais agradável à vista, mas é eficiente. O GPS, esse, é de fugir e o bom Waze ou Google Maps são sempre opções muito mais fiáveis. 

Nesta versão contamos ainda com Assistência à travagem de emergência, ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA), sensores de chuva e de luminosidade, ar condicionado automático, 2 entradas USB nos lugares dianteiros + 2 nos lugares traseiros, teto de abrir elétrico. 

O nível de equipamento é muito interessante para um veículo com este preço e não ficamos com a sensação que pagamos pouco e por isso, temos pouco. Pelo contrário, pelo preço, há uma lista de equipamento boa com pequenos extras que acrescentam. 

Consumos

8/10

Se procura um SUV com consumos baixos, o Duster com o motor Blue Dci 115 é uma opção a ter em conta. A média final do teste foi de 5L aos 100 km, mas com uma condução um pouco mais cuidada, conseguimos facilmente consumos a rondar os 4,6l aos 100km. O motor Dci com 115 cV é um bom compromisso de eficiência e um depósito cheio poderá render 900 km, dependendo do pé direito de quem conduz.  

Ao Volante

7/10

Entusiasmante é um adjetivo que dificilmente vai encontrar na caracterização da experiência de condução de um Dacia. E tal não era necessário. O Duster faz tudo o que é esperado dele, sem espantar, mas sem desiludir também. A direção não é muito direta, mas é agradável, especialmente a baixas velocidades em que se torna muito leve, o que ajuda nas manobras em cidade e fora de estrada. Na estrada e na autoestrada, a direção fica mais dura e, por isso, um pouco mais direta. Como é expetável num SUV, a suspensão não está pensada para enfrentar curvas de forma mais desportiva, mas o Duster tem firmeza suficiente, até mais do que outros modelos. Assim, não temos a sensação que navegamos por águas agitadas. O Duster enfrenta estradas mais danificadas com grande facilidade e absorve lombas sem problema, numa experiência agradável. Fora de estrada, apresenta os mesmos argumentos. Em estradas de terra ou numa subida mais ingreme de pequeno monte, o Duster passou o teste com boa nota. No geral, é um carro com uma condução agradável, com uma suspensão que apesar de não ser o último grito, cumpre com eficiência, uma direção que é agradável, especialmente para manobras, com um raio de viragem de 10,4 metros, que lhe dá uma boa agilidade. A caixa de seis velocidades está bem escalonada, e é agradável de utilizar. Para quem esperava pouco, fiquei agradavelmente surpreendido com o que este Duster pode dar. 

A posição de condução é elevada e as proporções do carro não assustam. Apesar de ser um carro relativamente grande, não temos essa sensação ao volante. 

Motor

7/10

Testamos a versão com o motor Blue Dci 115. Muitos potenciais clientes poderão torcer o nariz a comprar um diesel nesta altura, mas este Dci já é bem conhecido e com provas dadas. Não é um motor que permita prestações delirantes. Mas quem compra um Duster não está interessado nisso. Mas é um motor que permite bons consumos e que se dá bem em baixos regimes. Para dias em que está atrasado e precisa de espremer um pouco mais o motor, vai ser preciso mais trabalho de caixa e não irá ficar colado ao banco, mas é o motor indicado para quem quer bons consumos, com força suficiente para algumas subidas fora de estrada. 

Balanço Final

8/10

O balanço final deste ensaio com o Duster é amplamente positivo. Para quem não pretende ter os gadgets de última geração, uma experiência de condução imersiva e entusiasmante e quer apenas um veículo que lhe permita ir de A a B, com conforto e espaço, sem gastar muito, o Duster é uma excelente opção. Tem uma boa base de equipamento, mas não oferece alguns sistemas de segurança ativa presentes na maioria dos carros novos. Mas essa postura é claramente assumida pela marca, que aposta na segurança passiva de proteção de passageiros, sem apostar em sistemas como a Assistência de manutenção na faixa. A Dacia afirma que a maioria dos condutores desliga esses sistemas de assistência e por isso não vê necessidade de os vender, o que aumentaria o valor de aquisição.

Com preços a partir dos 17 mil euros na versão de base, com cinco versões para escolha, pode ter um bom SUV. Nos preços é imbatível. A melhor versão do Duster consegue ser mais barata do que qualquer versão de entrada de outros SUV. Nesta versão ensaiada, a Journey, o preço final é de 26 400.00€. O Duster Dci está disponível a partir de 22.600 € na versão Expression, a versão ensaiada, Journey, está disponível a partir de 24.200 €. E a relação qualidade e quantidade / preço continua imbatível. Se antes deste ensaio, dificilmente compraria um Dacia, depois do ensaio sou obrigado a, pelo menos, contemplar a hipótese. Dificilmente se poderia pedir mais ao Duster pelo preço praticado. 

Concorrentes

Concorrência para o Duster? Tendo em conta que oferece um conceito completamente diferente do que o resto do mercado, é difícil dizer que há concorrência direta. Mas se nos focarmos nos SUV que se podem, de certa forma equivaler ao Duster, há opções, todas elas mais caras. Mas, ainda assim realçamos que é necessário ter cuidado com as comparações, pois o Duster dá coisas diferentes da concorrência. Eis alguns SUV que podem ser vistos como concorrência, e os preços da gama de entrada. 

 

Nissan Qashqai: Preço da gama de entrada – 34 mil euros. 

Seat Ateca: Preço da gama de entrada –  32 mil euros

Skoda Karoq: Preço da gama de entrada – 32 mil euros

VW Tiguan: Preço da gama de entrada – 36 mil euros

Hyundai Tucson: Preço da gama de entrada – 34 mil euros

Kia Sportage: Preço da gama de entrada – 33 mil euros

Ficha Técnica

 

Motor: Blue Dci 115 4×2 

Cilindrada: 1461 cm3 

Binário Máximo: 260 Nm 

Versão: Journey 

Combustível: Diesel 

Caixa de Velocidades: Caixa manual 6 velocidades 

Interiores: Estofos em tecido 

Cor: Laranja Arizona 

Jantes: Jantes em liga leve 17″ 

 

Opções: 

  • Câmara Multiview 
  • Pneu sobressalente 
  • Cartão Mãos-Livres 
  • Portas USB traseiras

 

Equipamento de Série:

 

Personalização exterior: 

– Barras de tejadilho longitudinais em cinzento megalith 

– Retrovisores exteriores em cinzento megalith 

– Pack Look exterior

 

Segurança: 

– Deteção da pressão dos pneus 

– Airbags laterais, airbag central dianteiro, cortinas 

– Chamada de emergência E-Call 

– Assistência à travagem de emergência 

– ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA)

 

Condução 

– Sensores de chuva e de luminosidade 

– Quadro de instrumentos TFT 3,5″ 

– Volante em couro o Volante regulável em altura e profundidade 

– Vidros laterais e óculo traseiro sobreescurecidos 

– Infotraffic 3 anos atualização mapas navegação

 

Iluminação 

– Luzes diurnas em LED 

– Faróis de nevoeiro em LED 

– Iluminação na bagageira 

– Iluminação de teto

 

Climatização 

– Ar condicionado automático 

 

Conforto 

– Elevadores elétricos dos vidros traseiros 

– Elevadores elétricos dos vidros dianteiros com função de impulso do lado do condutor 

 

FICHA TÉCNICA DACIA Duster 

– Consola central semi-elevada com apoio de braços e local de arrumação 

– Compatível com Android Auto™ e/ou Apple CarPlay™ 

– 2 entradas USB nos lugares dianteiros + 2 nos lugares traseiros 

– Banco traseiro rebatível 1/3-2/3 

– Tapete na zona da bagageira 

– Teto de abrir elétrico  

 

Detalhes Técnicos  

 

Consumos e Emissões 

– Consumo em WLTP ciclo combinado: 4.8 

– CO₂ em WLTP ciclo combinado: 127  

 

Performances 

– Velocidade máxima (Km/h): 180 

– Aceleração 0-100 Km/h (s): 10.2  

 

Travagem 

– Travagem traseira: Tambores 

– Travagem dianteira: Discos Ventilados  

 

Pneus 

– Referência: 205/60 R17  

 

Dimensões 

– Comprimento total (mm): 4341 

– Largura exterior (mm): 2052 o Altura ao solo (mm): 1693 

– Volume mínimo da bagageira (dm3): 445 

– Volume máximo da bagageira (dm3): 1478 

– Reservatório de Combustível (L): 50 

– Reservatório Adblue (L): 15  

 

Aerodinâmica 

– Nível de ruído em movimento db (A): 69.0 

– Coeficiente Aerodinâmico S(M²)/Cx: 0,371 

 

PREÇO DE VENDA DESTA VIATURA: 26 400.00€

Mais/Menos


Mais

Excelente relação Qualidade / Preço

Restyling trouxe pormenores com toque de modernidade

Oferece mais do que se espera

Menos

Não tem elementos de segurança ativa que encontramos noutros veículos

Bancos algo duros para viagens mais longas.

Pormenores no sistema de infotainment podiam ser mais refinados.

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 26.400€

Preço da versão base (Euros): 16.4€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

O Novo Duster adota as características da nova identidade visual da Dacia, vista, pela primeira vez, nos novos Sandero, Sandero Stepway e no Logan. Os novos faróis incluem luzes diurnas em Y, um novo formato que inspirou os relevos 3D na nova grelha cromada do radiador. O novo logótipo da Dacia dá um toque de modernidade, há muito exigido e que consegue o objetivo com muito sucesso. 

A iluminação sempre presente à frente (do tipo ECOLED) e atrás, encarna a nova assinatura de LED da Dacia. O Duster é o primeiro modelo da Dacia a ser equipado com indicadores de mudança de direção LED dianteiros. Esta tecnologia é também utilizada para os faróis de médios (com ativação automática de máximos de série) e para as luzes da placa de matrícula. Para além do menor consumo de eletricidade, os LED oferecem melhor iluminação, tanto de dia como de noite, proporcionando uma melhor visibilidade, tanto para o condutor como para outros utilizadores da estrada. 

 

Tendo uma generosa altura ao solo, apresenta características que podem fazer dele um “off roader” decente, mesmo nas versões de duas rodas motrizes. Da versão de quatro rodas motrizes já ouvimos histórias de Dusters que se aventuraram em trilhos pouco recomendáveis e que conseguiram sair de lá para contar a história (outros tiveram de ser rebocados é certo). Mas para o preço, é possível adquirir um SUV capaz, com uma altura ao solo que apesar de não ser espantosa, é suficiente:

 

  • Altura ao solo de 217 mm na versão 2WD e 214 mm na 4×4. 
  • Ângulo ventral de 21°. 
  • Ângulo de ataque 30°. 
  • Ângulo de saída de 34° na versão 2WD e 33° no 4×4. 

 

No geral, o Dacia mantém-se fiel à sua imagem e os retoques feitos foram pensados para dar um toque de modernidade. As formas primordiais do Duster mantêm-se intocadas, o que acrescenta à honestidade do conceito. Não é certamente o carro mais bonito do mundo, mas tem caráter próprio, o que é de salientar. Na versão ensaiada, a Journey, a cor Laranja Arizona, dá um toque de modernidade e de “coolness”, com as jantes de 17 polegadas com um desenho interessante e as barras de tejadilho cinzentas a dar um ar mais aventureiro. 

Interior

Os estofos dos bancos no Novo Duster são 100% novos. O tecido e o formato dos novos encostos de cabeça melhoram a ergonomia e são fáceis de manter. O perfil mais esguio destes melhora a visibilidade no habitáculo, tanto para os passageiros traseiros quando olham para a frente, como vice-versa.  

É um carro muito fácil de limpar dadas as características do habitáculo, feito para ser mais prático de visualmente apelativo. O primeiro impacto pode mostrar que entramos no mundo do plástico, mas a qualidade de construção é boa e os plásticos têm qualidade. Não há ruídos parasitas, mas esse teste é preferível fazer depois de alguns quilómetros, pois a idade poderá não ajudar. Mas fica a clara sensação que o interior é robusto. O novo restyling trouxe um toque de modernidade, com as saídas de ar com a forma do novo logótipo da marca. Pequenos pormenores que fazem a diferença e tornam o interiro mais bonito. O interior está pensado à moda dos novos modelos da Renault, com botões físicos por baixo do ecrã tátil. Um arranjo que, pessoalmente, agrada. Temos também um apoio de braços, que se desloca até 70 mm e que ajuda no conforto de condução.

O conforto dos bancos levantou-me algumas dúvidas, pois apesar de relativamente confortáveis, são algo duros, especialmente no banco traseiro, o que pode não ser um ponto positivo para viagens mais longas. 

Para os passageiros no banco traseiro, há espaço mais que suficiente para três pessoas. Aliás, o espaço é o ponto forte do Duster, com muito espaço de arrumação e com uma bagageira generosa, que se torna ainda maior com os bancos rebativeis, passando de 445 litros de capacidade para os 1623 litros com o banco traseiro rebatido.

Equipamento

O equipamento de série inclui o ecrã do computador de bordo, a ativação automática de máximos e um limitador de velocidade com controlos iluminados no volante. O ar condicionado automático com visor digital, cruise-control com comandos no volante. Como não há muitos menus para nos perdermos, encontramos facilmente a informação pretendida e os botões de acesso são fáceis de usar. Simples e eficiente.

Além do equipamento de áudio Dacia Plug & Play (rádio, MP3, USB e ligação Bluetooth), estão disponíveis dois novos sistemas multimédia: Media Display e Media Nav. O tablier inclui um novo ecrã tátil de 8”. O sistema de infotainment está longe de ser o mais rico e o mais agradável à vista, mas é eficiente. O GPS, esse, é de fugir e o bom Waze ou Google Maps são sempre opções muito mais fiáveis. 

Nesta versão contamos ainda com Assistência à travagem de emergência, ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA), sensores de chuva e de luminosidade, ar condicionado automático, 2 entradas USB nos lugares dianteiros + 2 nos lugares traseiros, teto de abrir elétrico. 

O nível de equipamento é muito interessante para um veículo com este preço e não ficamos com a sensação que pagamos pouco e por isso, temos pouco. Pelo contrário, pelo preço, há uma lista de equipamento boa com pequenos extras que acrescentam. 

Consumos

Se procura um SUV com consumos baixos, o Duster com o motor Blue Dci 115 é uma opção a ter em conta. A média final do teste foi de 5L aos 100 km, mas com uma condução um pouco mais cuidada, conseguimos facilmente consumos a rondar os 4,6l aos 100km. O motor Dci com 115 cV é um bom compromisso de eficiência e um depósito cheio poderá render 900 km, dependendo do pé direito de quem conduz.  

Ao volante

Entusiasmante é um adjetivo que dificilmente vai encontrar na caracterização da experiência de condução de um Dacia. E tal não era necessário. O Duster faz tudo o que é esperado dele, sem espantar, mas sem desiludir também. A direção não é muito direta, mas é agradável, especialmente a baixas velocidades em que se torna muito leve, o que ajuda nas manobras em cidade e fora de estrada. Na estrada e na autoestrada, a direção fica mais dura e, por isso, um pouco mais direta. Como é expetável num SUV, a suspensão não está pensada para enfrentar curvas de forma mais desportiva, mas o Duster tem firmeza suficiente, até mais do que outros modelos. Assim, não temos a sensação que navegamos por águas agitadas. O Duster enfrenta estradas mais danificadas com grande facilidade e absorve lombas sem problema, numa experiência agradável. Fora de estrada, apresenta os mesmos argumentos. Em estradas de terra ou numa subida mais ingreme de pequeno monte, o Duster passou o teste com boa nota. No geral, é um carro com uma condução agradável, com uma suspensão que apesar de não ser o último grito, cumpre com eficiência, uma direção que é agradável, especialmente para manobras, com um raio de viragem de 10,4 metros, que lhe dá uma boa agilidade. A caixa de seis velocidades está bem escalonada, e é agradável de utilizar. Para quem esperava pouco, fiquei agradavelmente surpreendido com o que este Duster pode dar. 

A posição de condução é elevada e as proporções do carro não assustam. Apesar de ser um carro relativamente grande, não temos essa sensação ao volante. 

Concorrentes

Concorrência para o Duster? Tendo em conta que oferece um conceito completamente diferente do que o resto do mercado, é difícil dizer que há concorrência direta. Mas se nos focarmos nos SUV que se podem, de certa forma equivaler ao Duster, há opções, todas elas mais caras. Mas, ainda assim realçamos que é necessário ter cuidado com as comparações, pois o Duster dá coisas diferentes da concorrência. Eis alguns SUV que podem ser vistos como concorrência, e os preços da gama de entrada. 

 

Nissan Qashqai: Preço da gama de entrada – 34 mil euros. 

Seat Ateca: Preço da gama de entrada –  32 mil euros

Skoda Karoq: Preço da gama de entrada – 32 mil euros

VW Tiguan: Preço da gama de entrada – 36 mil euros

Hyundai Tucson: Preço da gama de entrada – 34 mil euros

Kia Sportage: Preço da gama de entrada – 33 mil euros

Motor

Testamos a versão com o motor Blue Dci 115. Muitos potenciais clientes poderão torcer o nariz a comprar um diesel nesta altura, mas este Dci já é bem conhecido e com provas dadas. Não é um motor que permita prestações delirantes. Mas quem compra um Duster não está interessado nisso. Mas é um motor que permite bons consumos e que se dá bem em baixos regimes. Para dias em que está atrasado e precisa de espremer um pouco mais o motor, vai ser preciso mais trabalho de caixa e não irá ficar colado ao banco, mas é o motor indicado para quem quer bons consumos, com força suficiente para algumas subidas fora de estrada. 

Balanço final

O balanço final deste ensaio com o Duster é amplamente positivo. Para quem não pretende ter os gadgets de última geração, uma experiência de condução imersiva e entusiasmante e quer apenas um veículo que lhe permita ir de A a B, com conforto e espaço, sem gastar muito, o Duster é uma excelente opção. Tem uma boa base de equipamento, mas não oferece alguns sistemas de segurança ativa presentes na maioria dos carros novos. Mas essa postura é claramente assumida pela marca, que aposta na segurança passiva de proteção de passageiros, sem apostar em sistemas como a Assistência de manutenção na faixa. A Dacia afirma que a maioria dos condutores desliga esses sistemas de assistência e por isso não vê necessidade de os vender, o que aumentaria o valor de aquisição.

Com preços a partir dos 17 mil euros na versão de base, com cinco versões para escolha, pode ter um bom SUV. Nos preços é imbatível. A melhor versão do Duster consegue ser mais barata do que qualquer versão de entrada de outros SUV. Nesta versão ensaiada, a Journey, o preço final é de 26 400.00€. O Duster Dci está disponível a partir de 22.600 € na versão Expression, a versão ensaiada, Journey, está disponível a partir de 24.200 €. E a relação qualidade e quantidade / preço continua imbatível. Se antes deste ensaio, dificilmente compraria um Dacia, depois do ensaio sou obrigado a, pelo menos, contemplar a hipótese. Dificilmente se poderia pedir mais ao Duster pelo preço praticado. 

Mais

Excelente relação Qualidade / Preço

Restyling trouxe pormenores com toque de modernidade

Oferece mais do que se espera

Menos

Não tem elementos de segurança ativa que encontramos noutros veículos

Bancos algo duros para viagens mais longas.

Pormenores no sistema de infotainment podiam ser mais refinados.

Ficha técnica

 

Motor: Blue Dci 115 4×2 

Cilindrada: 1461 cm3 

Binário Máximo: 260 Nm 

Versão: Journey 

Combustível: Diesel 

Caixa de Velocidades: Caixa manual 6 velocidades 

Interiores: Estofos em tecido 

Cor: Laranja Arizona 

Jantes: Jantes em liga leve 17″ 

 

Opções: 

  • Câmara Multiview 
  • Pneu sobressalente 
  • Cartão Mãos-Livres 
  • Portas USB traseiras

 

Equipamento de Série:

 

Personalização exterior: 

– Barras de tejadilho longitudinais em cinzento megalith 

– Retrovisores exteriores em cinzento megalith 

– Pack Look exterior

 

Segurança: 

– Deteção da pressão dos pneus 

– Airbags laterais, airbag central dianteiro, cortinas 

– Chamada de emergência E-Call 

– Assistência à travagem de emergência 

– ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA)

 

Condução 

– Sensores de chuva e de luminosidade 

– Quadro de instrumentos TFT 3,5″ 

– Volante em couro o Volante regulável em altura e profundidade 

– Vidros laterais e óculo traseiro sobreescurecidos 

– Infotraffic 3 anos atualização mapas navegação

 

Iluminação 

– Luzes diurnas em LED 

– Faróis de nevoeiro em LED 

– Iluminação na bagageira 

– Iluminação de teto

 

Climatização 

– Ar condicionado automático 

 

Conforto 

– Elevadores elétricos dos vidros traseiros 

– Elevadores elétricos dos vidros dianteiros com função de impulso do lado do condutor 

 

FICHA TÉCNICA DACIA Duster 

– Consola central semi-elevada com apoio de braços e local de arrumação 

– Compatível com Android Auto™ e/ou Apple CarPlay™ 

– 2 entradas USB nos lugares dianteiros + 2 nos lugares traseiros 

– Banco traseiro rebatível 1/3-2/3 

– Tapete na zona da bagageira 

– Teto de abrir elétrico  

 

Detalhes Técnicos  

 

Consumos e Emissões 

– Consumo em WLTP ciclo combinado: 4.8 

– CO₂ em WLTP ciclo combinado: 127  

 

Performances 

– Velocidade máxima (Km/h): 180 

– Aceleração 0-100 Km/h (s): 10.2  

 

Travagem 

– Travagem traseira: Tambores 

– Travagem dianteira: Discos Ventilados  

 

Pneus 

– Referência: 205/60 R17  

 

Dimensões 

– Comprimento total (mm): 4341 

– Largura exterior (mm): 2052 o Altura ao solo (mm): 1693 

– Volume mínimo da bagageira (dm3): 445 

– Volume máximo da bagageira (dm3): 1478 

– Reservatório de Combustível (L): 50 

– Reservatório Adblue (L): 15  

 

Aerodinâmica 

– Nível de ruído em movimento db (A): 69.0 

– Coeficiente Aerodinâmico S(M²)/Cx: 0,371 

 

PREÇO DE VENDA DESTA VIATURA: 26 400.00€

Preço da versão ensaiada (Euros): 26.400€
Preço da versão base (Euros): 16.4€