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Cinco preconceitos sobre a mobilidade elétrica. Serão todos verdade?!

By on 13 Abril, 2020

Caros, perigosos, imprevisíveis, enfim, tudo serve para atacar os veículos elétricos. Mas será que tudo é verdade? Vejamos.

Vamos aproveitar a quarentena para escolher sete dos mais comuns preconceitos sobre a mobilidade elétrica e tentar desmistificar essas perceções erradas. A convivência entre os carros com motor de combustão interna e propulsão elétrica vai durar, ainda, muitos anos. O motor térmico não acabou e há marcas que o vêm crescer e dominar ainda durante uma vintena, ou mais, de anos. Mas a mobilidade elétrica é necessária para ajudar na luta contra as alterações climáticas e por isso, ao invés de a hostilizar, vamos aprender a viver com ela. E por isso aqui ficam cinco mitos sobre a mobilidade elétrica que precisam ser desmistificados.

Preconceito 1 – Os carros elétricos são igualmente prejudiciais para o ambiente.

É um facto que os carros elétricos são mais amigos do ambiente, desde logo, pela emissão de CO2 próximo de zero. Nenhum modelo diesel, a gasolina ou híbrido consegue valores iguais. Basta olhar para os estudos sobre emissões de CO2 para se perceber que os carros elétricos são menos poluentes. É verdade que no passado, alguns modelos elétricos eram poluentes e níveis de CO2 eram elevados porque a produção de baterias era pouco limpa. Olhando ao estudo feito pelo instituto do ambiente da Suécia, conhecido como “Sweden Study”, poderíamos encontrar base para afirmar que os carros elétricos são tão poluentes como os outros, mas os cientistas que se responsabilizam pelo estudo já corrigiu os dados face ás melhores práticas de produção de baterias – agora apenas metade da poluição anteriormente apontada – deixando claro que apesar de a haver algumas emissões de CO2, os carros elétricos são a boa escolha para diminuir a pressão da poluição no mundo. Claro está que é necessário produzir as baterias de uma forma que diminua mais ainda o nível de emissões, particularmente, de CO2. Só assim será possível uma maior sustentabilidade do meio ambiente.

Preconceito 2 – Os carros elétricos são para ricos!

É verdade que os carros elétricos são muito mais caros e para os privados as coisas são complicadas. Os privados têm, do Estado, um “cheque” de 3.000€ para comprar um carro elétrico, mas limitado a 2,65 milhões de euros, o que serve para 900 a 1100 veículos por ano. O modelo escolhido não pode ter um preço acima dos 62.500 euros e não pode candidatar-se caso o veículo escolhido tenha sido objeto de uma legalização de importação (ou seja, veículos 100% elétricos novos, sem matrícula, cujo primeiro registo tenha sido feito em nome do candidato a partir de 1 de janeiro) sendo que é proibida a sua venda e exportação por um período de 24 meses. Os pedidos entram por ordem de data e hora de admissão e quando o incentivo acaba, passam para uma lista de espera. Não pode ter dívidas à Autoridade Tributária nem á Segurnaça Social.

Para as empresas, a dedução do IVA é total para veículos elétricos ou híbridos Plug In até 62.500 euros (50 mil euros para os híbridos Plug In). Quanto á Tributação Autónoma, um veículo elétrico não tem nenhuma taxa e não paga nada no IRC. Exemplo? Um carro elétrico de 5 lugares e valor de 34.500 euros foi adquirido pela empresa. Deduz 23% do IVA (6.451,20€), a depreciação é de 25% (sobre 28.048€) sendo o valor total aceite fiscalmente (abate ao lucro da empresa) de 7.012€. Não paga Tributação Autónoma e não paga nada junto com o IRC.

Portanto, não é bem verdade que os carros elétricos sejam apenas para ricos. Mas é verdade que não é para todos, pois as ofertas fiscais são muitas.

Preconceito 3 – As baterias estragam-se demasiado depressa e não são recicláveis

As baterias estão a evoluir a uma velocidade tremenda e a maioria das marcas estão a alargar as garantias sobre as baterias e é normal ver casas como a Volkswagen oferecerem 160 mil quilómetros de garantia, assegurando que no final desse período a bateria terá um mínimo de 70% de capacidade. Os sistemas de arrefecimento das baterias, a gestão das células e a capacidade de reparação dos módulos, permite que hoje as preocupações com a deterioração das baterias não façam parte da ansiedade sobre a utilização de veículos elétricos. E todos os construtores já estão a reunir grandes centros de reciclagem, com marcas a reciclarem mais de 1200 toneladas de baterias por ano, qualquer coisa como 3 mil baterias. Portanto, o caminho está a fazer-se.

Preconceito 4 – Os carros elétricos não servem para curtas distâncias, especialmente no inverno!

O aumento da capacidade das baterias tem permitido alcançar autonomias acima dos 500 km e o sistema de recarga das baterias vai sendo cada vez melhor e os tempos mais curtos. Muitos dos novos modelos já conseguem carregar a 100 kW, ou seja, em 30 minutos chega-se a cerca de 300 km de autonomia. Ou seja, é possível ligar as principais cidades portuguesas com um carro elétrico, sendo que mesmo no evento da necessidade de um carregamento, menos de 30 minutos são exigidos para chegar ao destino. E como a aposta dos Governos e de muitas empresas privadas, está na instalação de postos de carregamento rápido ou muito rápido, dentro em breve a ansiedade com a autonomia e com a demora no carregamento, desaparecerá.

Preconceito 5 – Carros elétricos incendiam-se facilmente e não se consegue extingui-los!

Este é um dos temas recorrentes nas redes sociais e nas notícias da maioria dos órgãos de comunicação social. Alguns incêndios com carros da Tesla nos Estados Unidos e na Europa, motivaram essa desconfiança. Curiosamente, alguns responsáveis europeus de associações de bombeiros, dizem que os carros elétricos não ardem mais que os outros. Porém, reconhecem que ardem de uma forma diferente. Porém, algumas instituições europeias de segurança rodoviária (como o ADAC alemão) tem feito vários testes e certificado que o risco de incêndio é tão baixo como num carro com motor de combustão interna. Por outro lado, não é verdade que o incêndio de uma bateria não pode ser extinguido com água. Mas para sossegar os utilizadores, são cada vez mais os construtores que estão a incluir nos chassis, zonas de deformação que protegem a bateria e sistemas que cortam imediatamente a corrente em caso de embate. Portanto, o risco é o mesmo de qualquer outro automóvel.

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