Clássicos, Peugeot 203: o primeiro depois da Guerra
Produzido pela Peugeot entre 1948 e 1960 e exibido no Salão de Paris de 1947, o Peugeot 203 foi o primeiro carro da marca francesa a ser lançado depois da Segunda Guerra Mundial. Curiosamente, o carro que esteve em desenvolvimento durante mais de cinco anos, na sombra do conflito e do esforço bélico a que todos os construtores estavam obrigados, viu a sua produção atrasada por greves e faltas de material. Finalmente, em 1948 a Peugeot conseguiu colocá-lo no mercado. A fábrica de Sochaux produziu quase 700 mil unidades de todas as variantes existentes: berlina, Carrinha, Cabriolet e Coupé, tendo o 203 assegurado a subsistência da marca entre 1949 e 1954, ao ser o único modelo à venda. Outra particularidade do 203 era o seu chassis monobloco, o primeiro da Peugeot. O estilo escolhido bebeu muita influência no americano Chevrolet Fleetline, sendo o toque de diferença sido dado pelo perfil otimizado – para a época – para conferir uma melhor penetração aerodinâmica.
A versão de quatro portas foi a mais consensual, tendo assegurado o grosso das vendas até à chegada da carrinha em 1950. Com mais 20 centímetros na distância entre eixos que a berlina, este modelo acabou por estabelecer um padrão que a marca usou em diversos modelos.
Mesmo que esta fosse uma solução dispendiosa, conferia uma enorme habitabilidade e uma bagageira generosa. Modelos como o célebre 504 e 505 usaram a mesma estratégia. Um cabriolet e um coupé foram realizados, embora o descapotável tenha sido um pesadelo para a marca, devido ao peso exagerado que os reforços para obter um mínimo de rigidez no chassis monobloco obrigavam. O motor do 203 era um quatro cilindros de 1290 c.c., na época, sui-géneris: relação diâmetro/curso quadrada e câmara de comnbustão hemisférica…
O motor debitava 42 CV, crescendo para os 45 CV em 1950. O suficiente para que o Peugeot 203 chegasse aos 115 km/h, com o motor mais potente, 120 km/h, sendo as versões carrinha bastante mais lentas. A caixa de quatro velocidades tinha o comando no volante e a tracção era feita pelas rodas traseiras. Prático, barato e fiável, o 203 foi um sucesso em França, mas também fora de portas, suportando os ataques que Citroën e Renault lançaram, tendo mantido-se no topo das vendas praticamente até ao final da sua vida em 1960, altura em que a Peugeot já tinha em liça o 304 e o 403.
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